CARTA DE REPÚDIO E SOLICITAÇÃO DE ESCLARECIMENTO
Nós povos indígenas de quatro povos das diferentes etnias, Shanenawa, HuniKui, Ashaninka e Madiha, em parceria com Colonheiros, Seringueiros e Ribeirinhos do alto e baixo Rio Envira,junto também com as comunidades do Rio Jurupari: Santo Antônio, Paumaripé e Valparaíso, Associação MASSIPIRA e Novo Oriente, ramais e BR,reunidos em Feijó nos dias 27 e 28 de setembro de 2017; repudiamos a “Carta aberta em resposta às declarações sobre o SISA, REDD+ e povos indígenas no acre”de acusação e perseguição, publicada no dia 31 de julho, no site da CPI Acre, contra o CIMI.
Declaramos que somos extremamente gratos pelos seus trabalhos prestados aos povos e comunidades indígenas, no entanto repudiamos quaisquer atos realizados contra o bem dos povos indígenas levando em conta que temos ciência do trabalho transparente do CIMI referente às questões indígenas do Rio Envira e de todo o Brasil.
Mediantetoda a burocracia brasileira, nós povos indígenas e demais comunidades tradicionais exigimos respeito pela nossa originalidade, humildade e sabedoria de reconhecer o verdadeiro valor da Amazônia para nossas vidas, no qual é de extrema necessidade que todo o mundo saiba que nós povos indígenas éramos muito felizes antes da chegada dos portugueses no nosso país originário, Brasil, esclarecemos que temos ciência que temos muitos direitos como temos deveres, só precisam ser praticados, no entanto sabemos que só precisamos fazer com que tudo ocorra com transparência e honestidade.
Nós povos indígenas, exigimos às prestações de contas de todos e quaisquer que sejam os recursos destinados às nossas comunidades indígenas e ribeirinhas, no intuito de melhorar as relações entre governantes e suas bases.
Nós somos os maiores preservadores da vida humana por preservarmos naturalmente o meio ambiente, temos ciência que tudo oque precisamos para sobreviver em harmonia com nossas famílias são que nossas terras sejam demarcadas para plantar e colher nossos alimentos tradicionais, e que nossos governantes trabalhem com transparência referente às questões indígenas,reconhecemos que a falta de honestidade já vem desde época que Pedro Alvarez Cabral trocava ouro por um pedaço de espelho, desde então nossos governantes perderam a verdadeira essência de como governar um povo com honestidade e transparência com as práticas de boa fé.
FEIJÓ, 28 DE SETEMBRO DE 2017