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    Indígena de Jordão dá lição de ética nos tempos de crise moral no Brasil

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    No momento que o brasileiro clama por ética, principalmente dos seus representantes eleitos por sufrágio universal, o exemplo de ética e demonstração de respeito com as coisas alheias  veio de uma criança indígena do município de Jordão.  

    Paulo Kaxinawá, 12 anos, reside na cabiceira do rio Jordão- aldeia Novo Segredo, sendo estudante do 5° ano do ensino fundamental-  série que pela LBD o ensino passa ser transmitido no idioma Português e indígena [ huni kuin]. Ele está na cidade acompanhando a mãe, que está resolvendo problemas familiares.

    Na cidade, ele encontrou um aparelho celular, em vez de ficar para si, o pequeno huni kuin foi à rádio FM Cultura- uma espécie de terceiro ouvido do jordanense- devolver o objeto.  Não é comum alguém encontrar algo e sair procurando o dono, ainda mais nos centros urbanos. Mas o povo da floresta, pelo menos Paulo, demonstrou que seus atos são diferentes dos legisladores de Brasília e boa parcela da sociedade brasileira. 

    A atitude do curumim chamou à atenção do professor e radialista Mauro Brito, cujo relato foi narrado em sua página no Facebook. “Este carinha é o Paulo, 12 anos, estuda o 5° ano, é um indígena da etnia Kaxinaxá e reside na aldeia Novo Segredo – Ultima aldeia indígena localizada nas cabeceiras do Rio Jordão. De lá pra frente não temos mais habitantes racionais.Paulo está na cidade com sua mãe para resolver problemas pessoais da família, e ao caminhar pelas ruas de nossa cidade, encontrou um celular e, ao contrário de muitos que se acham mais civilizados, mais que de pressa, procurou a emissora de rádio local para que identificássemos o dono do mesmo.Um gesto nobre e digno de aplausos. Paulo não é candidato nessas eleições de 2018, mas, se fosse, já teria conquistado meu voto com a sua demonstração de bom caráter e honestidade.Salve, salve o povo da floresta!”. (SIC). 

    Por Leandro Matthaus