Pela terceira vez na história o Brasil pode comemorar um título mundial de surfe. E pela segunda vez a honraria foi obtida por Gabriel Medina – o outro título do país é de Adriano de Souza, o Mineirinho. Melhor surfista do mundo em 2014, o paulista de Maresias conquistou o bicampeonato nesta segunda-feira ao vencer o sul-africano Jordy Smith e avançar à final em Pipeline, no Havaí, na última etapa da temporada. Com o título, Medina se iguala a Tom Carroll (Austrália), Damien Hardman (Austrália) e John John Florence (Havaí) – todos bicampeões mundiais.
Rival do brasileiro na luta pelo título, Julian Wilson venceu Kelly Slater na outra semifinal e encara Medina na grande decisão do Pipe Masters. Mesmo que seja campeão, o que lhe garantirá mais 10.000 pontos no ranking, o australiano não tem mais possibilidades de ultrapassar o brasileiro na classificação final do Circuito Mundial.
– Foi um ano muito intenso, estou muito feliz agora. Todo mundo nos puxa ao máximo, ao limite. O Tour é muito alto, você precisa melhorar mais, surfar melhor, essa é a minha motivação. É muito bom estar nessa situação. Eu não consigo encontrar palavras, só tenho que agradecer aos meus fãs e à minha familia. Eu sempre venho aqui para fazer o meu melhor e acrdito nos planos de Deus. Estou muito feliz de ter feito isso novamente. Isso é para o Brasil – disse Gabriel Medina, que venceu outras duas baterias nesta segunda-feira.
Susto no início
A semifinal começou favorável ao sul-africano. Aproveitando bem a primeira série, Jordy Smith largou na frente com um 8.50. Gabriel Medina mal teve tempo de respirar. Logo na sequência, o surfista da África do Sul achou um 7.33, ampliando a diferença. O brasileiro só foi encontrar a primeira onda com cinco minutos de bateria – um 7.17. Pouco depois, o paulista surfou para um 6.33, reequilibrando o confronto.
A 15 minutos do fim, Medina pegou um tubaço de direita, levando 9.10 dos juízes. Era a onda da virada. Jordy respondeu com um tubo de esquerda, mas a nota foi apenas 7.27, insuficiente para retomar a dianteira. A partir de então, o brasileiro passou a marcar o rival para administrar a vitória. Com o mar em calmaria, Jordy não teve muitas alternativas a não ser aceitar a derrota.
Globo Esporte, Oahu- Havaí