Moradores de Rio Branco, capital do Estado do Acre, realizaram na manhã desta quarta-feira (27) uma manifestação em frente à sede da Energisa, empresa que adquiriu a Eletrobas Distribuição Acre. Os consumidores exigem a revogação do aumento de 21% na taxa de energia autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além deste, está previsto mais um reajuste para o mês de junho com o mesmo valor. Além de Rio Branco, moradores das cidades de Sena Madureira, Feijó e Rodrigues Alves saíram às ruas para protestar contra o aumento.
Com cartazes, faixas e gritando frases de efeitos, os manifestantes fecharam a rua que dá acesso ao prédio da Energisa. Entre os consumidores insatisfeitos estão idosos aposentados e donas de casas que denunciam aumento desproporcional nas contas de luz.
O evento foi organizado pelo deputado estadual e vice-presidente da Assembleia Legislativa do Acre, Jenilson Leite (PCdoB), pelas Defensoria Pública da União e Defensoria Pública Estadual, Associações de Moradores da Capital e o Conselho Estadual do Consumidor de Energia.
Durante a manifestação, os líderes do movimento foram recebidos pela direção da Energisa para discutir a situação que vem gerando indignação e perplexidade nos consumidores de energia no Estado. A Distribuidora alegou que não pediu o reajuste, sendo esta uma decisão exclusivamente da Aneel. Também apresentaram as propostas de investimentos que vão fazer no Acre. O que veio a ser refutado pelo deputado Jenilson Leite, um dos mais engajados nessa luta em defesa do cidadão acreano. “É um investimento que estão querendo fazer com o recurso da população, primeiro eles teriam que investir e, depois cobrar a conta. Ninguém recebe para depois entregar o produto. E, é isto que a Energisa quer fazer no Acre. Logo, não aceitamos de maneira alguma”, contestou o parlamentar.
Ainda segundo Jenilson Leite, “um reajuste desse valor tira a dignidade das famílias. 21% de reajuste com mais 21% que vem no mês de julho? Nenhum serviço público sofreu na historia do Brasil um reajuste tão elevado”, destacou o parlamentar.
Com a recusa da Energisa em ceder as reivindicações da população, foi pactuado pelo movimento que será trazido o diretor da Aneel para se discutir com ele em solo acreano a diminuição deste reajuste. Se isso não tiver efeito, o segundo passo, será mediante um acordo com a população e com base jurídica a criação de uma conta judicial para que seja depositado o valor dos talões, na qual a Justiça vai administrar e só deve entregar a Energisa ou a Anael quando for apresentado uma planilha justa da cobrança da taxa de energia ao consumidor acreano.
Por Leandro Matthaus
Fotos: Jardy Lopes