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    Abuso sexual na adolescência

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    Todas as noites ao deitar com a cabeça no travesseiro, surgem inúmeras perguntas.  Será que o assunto do momento (covid-19) é o único problema que temos no nosso país?

    Qualquer outro assunto também é válido, mas como assim qualquer outro assunto vale se o mundo só fala desse caos que afetam a todos nós?

    Embora o novo coronavrius esteja em evidência, contudo, precisamos falarmos com urgência temas que afetam à sociedade de um modo geral, como o abuso sexual na adolescência. Em especial, no mês de maio, que é nacionalmente dedicado ao combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes.

     É importante ressaltar que devido à quarentena, os casos aumentaram, isso é triste e lamentável. O site da Agência Brasil, publicou no dia 20 de maio, um relatório da organização não governamental (ONG) World Vision que estima que até 85 milhões de crianças e adolescentes, entre 2 e 17 anos, poderão se somar às vítimas de violência física, emocional e sexual nos próximos três meses em todo o planeta, durante o período da pandemia. O número representa um aumento que pode variar de 20% a 32% da média anual das estatísticas oficiais.

    A proposta é, além abordar meios de prevenção, de conscientizar cada vez mais sobre a problemática, temos que compreender que a violência sexual sofrida por uma criança ou adolescente acarreta inúmeros traumas. Os efeitos psicológicos do abuso sexual podem ser devastadores, e os problemas decorrentes do abuso persistem na vida adulta dessas crianças.

    Durante à pandemia, é preciso ficarmos cada vez mais em alerta com esse tipo de situação. Pois qualquer suspeita, é necessária averiguação. Uma vez que os casos de abuso sexual na infância e adolescência são praticados, na sua maioria, por pessoas ligadas diretamente às vítimas e sobre as quais exercem alguma forma de poder ou de dependência.

    Nos últimos 10 anos, mais precisamente até 2018, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foram notificados mais de 190 mil casos de violência sexual, sendo 58.037 (31,5%) contra crianças e 83.068 (45,0%) contra adolescentes. Um alarde para nosso país.  Em algumas situações, quando o incesto é revelado, as mães podem reagir de modo diferente do esperado e trazer complicações adicionais: “algumas reagem com ciúmes, colocando a filha como rival e lhe atribui a responsabilidade pelo ocorrido”, conforme é relato a situação por crianças aos profissionais que lidam esse público.

    Neste artigo, poderia ser abordado quaisquer outros temas, mas como estamos no mês de combate a esse tipo de crimes, convido os leitores para fazer uma reflexão a respeito do assunto. Às vezes, embora esse tema não nos chame tanta atenção por pensarmos que nossa família está imune, todavia, é se pondo no lugar do outro, melhor, de uma criança violentada para vermos o quanto isso merece nossa atenção e combate incessante.

    Portal Tarauacá