Durante quase cem anos , final do séc. XIX e até meados de 80 do séc. XX, a borracha, produto extraído do látex da seringueira , árvore natural da Amazônia brasileira, foi responsável por boa parte das verbas para manutenção do ordenado público do país.
Sendo que durante a segunda guerra mundial, a borracha era um dos produtos mais preciosos. Nesse período, para aumentar a extração de forma exorbitante, o governo federal recrutou centenas de brasileiros da região do Nordeste para vir trabalhar na Amazônia, em especial nos territórios federais de Guaporé ( Rondônia) e Acre, com o título de soldado da borracha.
Nos anos noventa e primeira década do novo milênio, a extração da borracha perdeu seu valor e muitas áreas foram desmatadas e as estradas deram lugar ao cultivo da agricultura e a criação de bovinos.
Em Jordão, município do interior do Estado, a extração do látex da seringueira passa ser novamente um dos meios de sustento de 37 famílias que habitam às margens do rio Tarauacá, na reserva extrativa. Os moradores que viviam apenas da agricultura de subsistência voltaram a produzir o produto que outrora já foi considerado o ouro negro do Brasil.
A ideia de os moradores da reserva voltar a extrair o látex surgiu do diálogo entre os presidentes da Cooperativa Agro Extrativista de Tarauacá ( Caet) e Asareat ( Associação da Reserva Extrativista do Alto Tarauacá), com apoio da Secretaria de Produção e Sustentabilidade de Jordão, Luís Meleiro.
O projeto é financiado pela SOS Amazônia, cuja missão é “Promover a conservação da biodiversidade e o crescimento da consciência ambiental na Amazônia de forma sustentável, a partir das riquezas naturais da floresta.
No município de Jordão, 37 moradores da reserva fazem parte do projeto inciado em 2020. No primeiro semestre do ano, esses seringueiros produziram quase seis toneladas de borracha.
O quilo está sendo compro pelas cooperativas de R$ 10,50. Com o subsídio do governo, o preço chega até doze reais. Dinheiro que auxilia de formar significativa inúmeras famílias.
Com a vendas das seis toneladas de borracha, as Cooperativas , por meio da SOS Amazônia injetaram na zona rural de Jordão mais sessenta mil reais. Isso significa dizer que cada seringueiro recebeu em média R$ 1.600.
Para o secretário o Luis Meleiro, um dos apoiadores do projeto, a iniciativa da direção das cooperativas é louvável e vai ajudar bastante essas famílias. Porque é a garantia de recursos extra para auxiliar no sustento da casa.
Durante uma semana, os representantes da Caet Erismar e Socorro, e João Braz da Asareat , estiveram às margens do rio dando apoio aos seringueiros e ensinando técnicas de extração do látex e produção da borracha.
Por Leandro Matthaus