O ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo afirmou que o governo brasileiro rejeitou ofertas de vacinas contra a covid-19 seis vezes desde agosto de 2020. As três propostas iniciais eram para dois contratos, de 70 milhões e de 30 milhões de doses. Duas das ofertas feitas em agosto previam entrega de 1,5 milhão de doses já no ano passado.
Antes de o governo firmar o contrato de 100 milhões de doses, em março deste ano, a Pfizer já havia feito três ofertas em agosto de 2020, duas em novembro de 2020 e uma em fevereiro de 2021. A primeira foi em 14 de agosto de 2020, dividida em duas ofertas, uma de 30 milhões e outra de 70 milhões de doses.
Cada contrato oferecido nessa primeira proposta previa a entrega de 500 mil doses ainda em 2020, depois 1,5 milhão no primeiro trimestre de 2021, 5 milhões no segundo trimestre e o restante até o fim do ano.
Sem resposta do governo brasileiro, a Pfizer fez uma segunda proposta, em 18 de agosto, também para dois contratos, de 70 milhões e de 30 milhões de doses. Na segunda oferta, cada contrato previa a entrega de 1,5 milhão de doses ainda em 2020.
Em 26 de agosto, veio a terceira proposta, nos mesmos moldes: duas ofertas, de 30 milhões e de 70 milhões de doses. Cada uma também previa a entrega de 1,5 milhões de doses ainda em 2020. “Nossa oferta de 26 de agosto era vinculante. Estávamos nesse processo com todos os governos. Teria validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas também não aceitou a oferta”, contou Murillo.
A Pfizer voltou a ofertar vacinas ao Brasil em 11 de novembro de 2020 — dessa vez, uma única oferta de 70 milhões de doses. “Quantitativo que, nesse momento, conseguimos ofertar”, disse Murillo. A previsão era de entrega a partir de 2021: 2 milhões de doses no primeiro trimestre, 6,5 milhões no segundo trimestre e o restante no resto do ano.
Depois, em 24 de novembro de 2020, a Pfizer fez a mesma oferta, com algumas considerações diferentes, “principalmente no que diz respeito às condições para execução do contrato, com base nas discussões com o Ministério da Saúde que tinham a ver com necessidade de ter registro aprovado para assinar essa oferta”, disse Murillo.
Em 15 de fevereiro de 2021, a Pfizer ofereceu 100 milhões de doses, 8,7 milhões para entrega no segundo trimestre do ano e o restante a partir do terceiro trimestre. O governo, entretanto, só fechou acordo com a farmacêutica com base na sétima oferta, feita em 8 de março. Foram contratadas 14 milhões de doses para entrega no segundo trimestre e 86 milhões no terceiro trimestre.
Por Exame.com