Um ciclone extratropical é a principal causa da forte ventania que atingiu a Baixada Santista, no litoral de São Paulo, neste fim de semana, e causou destruição e transtornos à população, segundo explicam meteorologistas. Rajadas de vento que atingiram 108 km/h foram registradas nas cidades da região. Imagens gravadas por diversos moradores mostram a força do vento, que derrubou muitas árvores e também paralisou o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), na altura de São Vicente.
À TV Tribuna, a meteorologista Maria Clara Sassaki explicou que uma frente fria associada a um ciclone extratropical foi o sistema responsável pela ventania que atingiu a Baixada Santista neste sábado. “O sistema avançou para o sudeste com grande velocidade e as rajadas de vento passaram dos 70 km/h nas áreas costeiras”, relatou. Ela ainda informou que é importante ficar alerta para o volume de chuva que deve ocorrer nos próximos dias por conta da presença deste sistema frontal no Sudeste do Brasil.
O climatologista Rodolfo Bonafim, ouvido pelo G1, explicou que o ciclone extratropical tem forte potência. “Essa fúria toda com que o vento chegou aqui na Baixada foi na verdade uma ação conjunta, ou seja, ventos desses ciclones, mais um pacote completo de instabilidades que veio junto. Também veio uma outra área de baixa pressão pelo interior do continente. Essas duas baixas acabaram se juntando uma com a outra e causaram toda essa ventania”, relata.
Além de registros de ventos de 72 km/h na cidade de Santos, a Praticagem registrou rajadas de vento de 108 km/h, o que, segundo Bonafim, indica um quase furacão. “Só para se ter uma ideia, a velocidade mínima de um furação é de 117 km/h. Lógico, aqui não foi um furacão porque o furacão é um tipo de ciclone formado em águas quentes, muito difícil de se formar na nossa região. Mas, mesmo assim, pela força e duração das rajadas na Baixada, foi o suficiente para causar muitos estragos”, diz Bonafim.
A Defesa Civil Estadual emitiu alerta, na noite deste sábado, para ventos fortes que podem alcançar de 50 a 80 km/h em todo o litoral de São Paulo até segunda-feira (24). O órgão orienta que, durante o temporal, a população não mexa com cabos de rede elétrica caídos; não se abrigue embaixo de árvores ou coberturas metálicas frágeis e não pratique esportes aquáticos ou influenciados pelo vento, como surf, windsurf, kitesurf.