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    Gestão André Maia é alvo de operação da PF por contratar loja de roupas femininas como locadora de veículos

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    Por Assessoria 

    Nesta quarta-feira (2), a Polícia Federal deflagrou a operação OFFROAD, com o objetivo de reprimir os crimes de desvio de recursos públicos (peculato), fraude à licitação e associação criminosa, ocorridos em 2020 no Município de Senador Guiomard/AC.

    Durante a operação foram cumpridos 8 (oito) mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Federal Cível e Criminal da Seção Judiciária do Acre e 30 policiais federais participaram da ação. Todos os mandados foram cumpridos em Rio Branco/AC.

    As investigações apontam que a gestão anterior do município, aproveitando-se da pandemia da Covid-19 e das facilidades licitatórias decorrentes do surto do vírus, contratou por dispensa de licitação empresa recém-criada para fornecer temporariamente camionetes movidas à diesel, que supostamente seriam utilizadas para distribuição de medicamentos, atendimentos na zona rural do município e a entrega de kits de limpeza, dentre outras demandas geradas a partir das restrições de locomoção decorrentes da situação de emergência de saúde pública internacional.

    As diligências investigativas indicam que a prefeitura pagou integralmente o contrato pelo aluguel das camionetes, mas que os veículos não foram fornecidos ou utilizados pela Secretaria de Saúde. Há ainda uma série de indícios de irregularidades na contratação. A empresa contratada para fornecer os automóveis seria, na verdade, uma loja de roupas e acessórios femininos criada poucas semanas antes da assinatura do contrato, sem qualquer experiência na área de locação de veículos. Registros de órgãos de trânsito confirmam que nem a empresa contratada nem as suas sócias possuíam em seu nome veículos compatíveis com o que fora solicitado pelo município.

    Em consulta ao procedimento de dispensa de licitação, a equipe de investigação notou que para contornar a ausência de camionetes em seu nome, a empresa contratada apresentou à prefeitura documentos de veículos de terceiros, sem qualquer lastro, mas que, inexplicavelmente, foram aceitos pela contratante. Aprofundando as diligências investigativas, descobriu-se que tais camionetes não foram utilizadas para os fins previstos no contrato.