Por Ricardo Noblat, Metrópoles
Paulo Guedes, ministro da Economia, deveria ou não ir outra vez para o paredão depois do que disse a respeito de oferecer aos brasileiros pobres sobras de comida das mesas dos ricos e de restaurantes?
Ao participar de um fórum da Associação Brasileira dos Supermercados, Guedes comparou o tamanho do prato de um brasileiro de classe média ao de um europeu para ilustrar o problema do desperdício de alimentos no país.
Uma alternativa que sugeriu foi a distribuição das sobras de alimentos de restaurantes aos mais pobres e vulneráveis.
“Você vê um prato de um classe média europeu, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui, nós fazemos o almoço onde às vezes há uma sobra enorme, e isso vai até o final, que é a refeição da classe média alta, até lá há excesso.”
“Com a alimentação que não foi utilizada durante o dia no restaurante, dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados. É melhor do que deixar estragar essa comida, que estraga diariamente na mesa das classes mais altas brasileiras, e também o desperdício ao longo de toda a cadeia produtiva”.
Seduzido pela própria voz, o ministro é useiro e vezeiro em fazer declarações polêmicas que acabam se voltando contra ele. Quando isso acontece, ele diz que foi mal interpretado, ou que tiraram suas palavras do contexto, ou simplesmente culpa a imprensa.