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    Vigilantes demitidos após empresa rescindir contrato com governo protestam em Rio Branco

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    Após rescisão de contrato e demissão, vigilantes fazem um ato em frente ao sindicato da categoria, na manhã desta segunda-feira (12), no Centro de Rio Branco. Eles pedem que o governo receba a categoria e se sensibilize com a situação deles.

    Cerca de 180 vigilantes foram demitidos no sábado (10) após a Empresa Protege rescindir o contrato com o governo do Acre. O fim do acordo seria devido à falta de pagamento da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre) para a empresa de segurança.

    Segundo o Sindicato dos Vigilantes do Acre, a empresa entrou na Justiça para rescindir o acordo com o governo por causa de uma dívida de R$ 5 milhões. Na sexta-feira (9), ainda de acordo com o sindicato, a Justiça acatou o pedido da empresa e mandou suspender o acordo. Os vigilantes que trabalhavam em unidades hospitalares e administrativas da Sesacre deixaram seus postos.

    “A gente começou aqui, e amanhã [terça, 13] estaremos em frente ao Palácio do Governo. Queremos que o governo sente com a entidade e a gente tenha uma resposta concreta. Até agora não chegou nenhuma proposta pra gente”, informou o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Nonato Santos.

    O governo que já tinha emitido uma nota afirmando que o débito total seria quitado até o próximo mês, informou nesta segunda que já sentou com a categoria e também propôs o pagamento de pelo menos 60%, mas que a proposta foi rejeitada.

    “O governo se colocou à disposição para negociar, garantindo quase 60% do débito, só que infelizmente não foi aceito”, disse a porta-voz, Mirla Miranda.

    Já a assessoria de comunicação da Protege disse que os direitos trabalhistas dos colaboradores estão garantidos.

    “A empresa informa que está em constante diálogo com o sindicato e, infelizmente, a rescisão dos contratos de trabalho é consequência da suspensão dos serviços pelo inadimplemento contumaz e antigo da Sesacre. Os direitos trabalhistas dos colaboradores estão plenamente assegurados.”

    Demissões

    O presidente do Sindicato dos Vigilantes, Nonato Santos, disse que o contrato está vencido há meses. Situação semelhante ocorreu também em 2015, mas, agora, a empresa entrou na Justiça pedindo a quebra do contrato por causa do débito.

    “A empresa não tem como segurar essa situação porque se continuar vai atrasar os salários. É uma empresa grande, uma multinacional, no primeiro momento o juiz não acatou, e agora decidiu pela quebra. No sábado, foram chamados os 180 trabalhadores para assinarem a rescisão”, lamentou.

    Ainda segundo Santos, os trabalhadores atuavam em Rio Branco e no interior do estado. O sindicalista disse que cerca de 800 famílias vão ficar sem salário. A categoria organiza um protesto nessa segunda-feira (12) em frente ao Palácio Rio Branco.

    “Período de pandemia e tem essa situação. O governo, por ser o contratante, tem responsabilidade solidária com esses trabalhadores. A nota que postaram é que estamos faltando com a verdade e não tem essa responsabilidade, mas tem sim responsabilidade com esses trabalhadores”, concluiu.

    Nota na íntegra da Sesacre:

    A acusação do presidente do Sindicato dos Vigilantes, o Sr. Nonato Santos, que afirma que o governo demitiu 180 vigilantes não procede.

    Os vigilantes nunca foram contratados pelo Estado do Acre, o qual contratou sim, uma empresa privada para fornecimento de segurança, sendo com tal empresa o vínculo estatal.

    O governo confirma que existe um débito com tal empresa, o qual, deverá ser quitado até o próximo mês.

    Destacamos que, a proposta de quitação parcial de débitos foi apresentada à empresa na tarde de ontem, 9 de julho, tendo ainda, no entanto, sido recusada, como comprovado por documentação anexa.

    O governo também esclarece que a Polícia Militar segue promovendo rondas em todas as unidades de Saúde do Estado, não se sustentando a afirmação de que “o governo está deixando as unidades de Saúde totalmente sem segurança.”

    Repudiamos inverdades, factóides produzidos unicamente com fim de gerar um clima de insegurança junto à população, especialmente em momento de calamidade pública, ora vivenciado em razão da pandemia do Covid-19.

    Mais uma vez, o governo do Estado, por meio da Sesacre, trabalha para resolução do caso o mais breve possível.

    Muana Araújo

    Secretaria de Estado de Saúde do Acre, Interina

    Por G1