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    Investigação de ‘rachadinha’ de Carlos Bolsonaro: veja quem teve o sigilo quebrado

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    Por Marcelo Gomes e Ricardo Abreu, Por G1

    A Justiça do Rio de Janeiro quebrou os sigilos bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) na investigação que apura a suposta prática da “rachadinha” no gabinete do parlamentar.

    Outras 26 pessoas também tiveram os sigilos quebrados, entre elas três chefes de gabinete do vereador: Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro; Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, primo de Ana Cristina; e Jorge Luiz Fernandes, que ocupa o cargo atualmente.

    No pedido de quebra de sigilo, o Ministério Público do Rio de Janeiro divide os assessores e ex-assessores do gabinete de Carlos Bolsonaro em seis núcleos.

    1. Carlos Bolsonaro – vereador desde 2001, está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio

    Primeiro núcleo – formado por parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro

    2. Ana Cristina Siqueira Valle – ex-mulher de Jair Bolsonaro. Foi chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro de 2001 (primeiro mandato de Carlos na Câmara de Vereadores do Rio) até abril de 2008, ano em que ela se separou do presidente da República.

    3. André Luis Procópio Siqueira Valle – irmão de Ana Cristina Siqueira Valle. Foi nomeado para cargo comissionado no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro pouco depois de completar 18 anos. Ficou no cargo entre agosto de 2001 e fevereiro de 2005. Depois, de novo entre fevereiro de 2006 e novembro do mesmo ano.

    Segundo o MP, André Luis morava e trabalhava em Resende, a 170 quilômetros do Rio, durante parte do período em que esteve nomeado no gabinete.

    4. Gilmar Marques – ex-cunhado de Ana Cristina. Foi casado com Andrea Siqueira Valle, irmã de Ana Cristina. Exerceu cargo comissionado no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro entre janeiro de 2001 e março de 2018.

    Dados levantados pelo Ministério Público registram que Gilmar morou nos municípios de Rio Pomba, Juiz de Fora e Silveirânia, no Estado de Minas Gerais, a aproximadamente 275 quilômetros de distância da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, enquanto foi lotado no gabinete de Carlos Bolsonaro.

    5. Andrea Siqueira Valle – irmã de Ana Cristina. Funcionária no gabinete de Carlos Bolsonaro de 2006 a 2008. De acordo com o MP, dados da Receita Federal e da identidade civil no Portal de Segurança registram que Andrea morava em Resende enquanto esteve lotada no gabinete de Carlos.

    6. Marta da Silva Valle – cunhada de Ana Cristina. Exerceu cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro entre janeiro de 2001 e março de 2009. Dados da Receita Federal indicam que Marta e seu marido, Alexandre Siqueira Valle, irmão de Ana Cristina, residem em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, a aproximadamente 185 quilômetros de distância da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

    7. Guilherme Henrique de Siqueira Hudson – primo de Ana Cristina. Foi nomeado para a chefia de gabinete depois da saída de Ana Cristina. Exerceu o cargo comissionado vereador Carlos Bolsonaro entre abril de 2008 e janeiro de 2018.

    Segundo o MP, dados da Receita Federal, de habilitação e identidade civil e do Clube de Diretores Lojistas registram somente endereços no Município de Resende.

    O Coaf aponta que a conta bancária de Guilherme apresentou movimentações consideradas suspeitas, como depósitos e saques em espécie, além de “transferências eletrônicas de mesma titularidade que entram e saem da conta, incomuns com o perfil de pessoa física, dificultando a identificação da origem e destinação de parte dos recursos”.

    8. Ananda Priscila Mendonça de Menezes Hudson – esposa de Guilherme Hudson. Exerceu cargo em comissão no gabinete de Carlos Bolsonaro entre março de 2009 e agosto de 2010.

    Segundo o MP, dados da Receita Federal, de habilitação e identidade civil e do Clube de Diretores Lojistas registram somente endereços no Município de Resende. Segundo o Coaf, 52,5% dos débitos realizados em sua conta bancária no período analisado foram saques de dinheiro em espécie. Enquanto esteve nomeada no gabinete, cursou Letras numa faculdade em Resende.

    9. Monique de Carvalho Moreira Hudson – cunhada de Guilherme Henrique de Siqueira Hudson (esposa do irmão de Guilherme). Exerceu cargo em comissão no gabinete de Carlos Bolsonaro entre agosto de 2010 e dezembro de 2014.

    Dados da Receita Federal, de identidade civil e do Clube de Diretores Lojistas, indicam que Monique tem endereços nos municípios de Resende e de Itatiaia. Entre 2011 e 2014 (ou seja, durante quase todo o período em que exerceu cargo comissionado na Câmara Municipal), Monique cursou Letras numa faculdade em Resende.

    Pessoas que não são da família de Ana Cristina Siqueira Valle, mas que têm ligação com ela:

    10. Cileide Barbosa Mendes – foi babá do primeiro filho de Ana Cristina. Exerceu cargo comissionado no gabinete do de Carlos Bolsonaro entre 2001 e 2009. Segundo o MP, durante parte do período em que esteve nomeada na Câmara, Cileide constou como sócia “laranja” de uma empresa que na verdade pertenceria ao ex-marido de Ana Cristina.

    11. Adriana Teixeira da Silva Machado – de acordo com o Ministério Público, era sócia de Ana Cristina na empresa Valle Ana Consultoria e Serviços de Seguros Ltda. A mãe de Adriana, Luci Teixeira da Silva, exerceu cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro, entre 01/10/2005 e 01/08/2007.

    12. Luci Teixeira da Silva – mãe de Adriana Teixeira da Silva. Exerceu cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro, entre 01/10/2005 e 01/08/2007.

    https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/09/04/investigacao-rachadinha-carlos-bolsonaro-lista-sigilo.ghtml