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    Rússia ameaça bloquear YouTube após suspensão da rede RT na Alemanha

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    A agência reguladora russa das telecomunicações, Roskomnadzor, ameaçou nesta quarta-feira (29) bloquear o YouTube se a plataforma não retirar a suspensão das contas da rede televisão pública RT na Alemanha.

    O organismo russo afirmou que solicitou ao Google, proprietário do YouTube, que “acabe o mais rápido possível” com as restrições e recordou que a “lei prevê uma suspensão total ou parcial de acesso se o proprietário de uma plataforma não cumpre uma advertência da Roskomnadzor”.

    YouTube bloqueou na terça-feira as contas da RT DE e Der Fehlende Part por violação das regras internas da comunidade, com a divulgação de “informações falsas” sobre o coronavírus e por tentar contornar uma suspensão de download.

    “É uma agressão contra a informação sem precedentes por parte do YouTube”, reagiu o ministro russo das Relações Exteriores, em um comunicado divulgado durante a madrugada de terça-feira para quarta-feira, no qual acusa as autoridades alemãs de “estimular” a decisão.

    “O objetivo desta agressão (…) é claro: calar as fontes de informação que não integram um âmbiro midiático considerado cômodo para as autoridades alemãs”, destaca a nota.

    “Adotar medidas de represália simétricas contra a mídia alemã na Rússia (…) parece não apenas apropriado, como necessário”, completa.

    A RT, que transmite em inglês, francês e espanhol, é considerada parte da propaganda do Kremlin no exterior.

    De acordo com a imprensa alemã, o YouTube bloqueou as contas da RT DE porque o grupo tentou, por meio de sua emissora Der Fehlende Part, passar por cima da proibição de divulgação de novos vídeos durante uma semana após a divulgação de desinformação sobre o coronavírus.

    De acordo com a RT, esta suspensão acabaria na quarta-feira.

    A Rússia intensificou a ofensiva contra as grandes redes sociais e plataformas digitais nos últimos meses e as acusou de atuar a favor dos interesses ocidentais.

    Moscou forçou Google e Apple a bloquear na Rússia uma série de conteúdos vinculados ao opositor detido Alexei Navalny.

    Por Correio Braziliense