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    CPI: em nova versão do relatório, Renan pede indiciamento de Bolsonaro, mais 75 pessoas e duas empresas

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    Por Sara Resende, Marcela Mattos e Luiz Felipe Barbiéri, TV Globo e g1 — Brasília

    O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), protocolou na manhã desta terça-feira (26) a nova versão do relatório a ser votado pela comissão. O documento pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro, mais 75 pessoas e duas empresas.

    A versão do relatório também pede o afastamento de Bolsonaro de todas as redes sociais. O presidente da República costuma disseminar fake news na internet, entre as quais a que associa a vacina da Covid a casos de Aids, o que não é verdade.

    Pelo calendário da CPI, o relatório será votado ainda nesta terça e, em seguida, será encaminhado para a Procuradoria Geral da República (PGR), órgão ao qual caberá conduzir as investigações sobre indiciados com foro privilegiado; as investigações sobre pessoas sem foro serão remetidas para a primeira instância do Ministério Público Federal.

    Na semana passada, Renan Calheiros leu a versão do relatório que pedia o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro, mais 65 pessoas e duas empresas.

    Nesta segunda (25), o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já havia informado que o número de pedidos de indiciamento deveria aumentar.

    Veja a lista de pedidos de indiciamento propostos pelo relator da CPI da Covid (na ordem do relatório):

    • Jair Bolsonaro;
    • Eduardo Pazuello;
    • Marcelo Queiroga;
    • Onyx Lorenzoni;
    • Ernesto Araújo;
    • Wagner Rosário;
    • Élcio Franco;
    • Mayra Pinheiro;
    • Roberto Dias;
    • Cristiano Carvalho;
    • Luiz Dominghetti;
    • Rafael Francisco Carmo Alves;
    • José Odilon Torres Silveira Junior;
    • Marcelo Blanco;
    • Emanuela Medrades;
    • Túlio Silveira;
    • Airton Antonio Soligo;
    • Frncisco Maximiano;
    • Danilo Trento;
    • Marcos Tolentino;
    • Ricardo Barros;
    • Flávio Bolsonaro;
    • Eduardo Bolsonaro;
    • Bia Kicis;
    • Carla Zambelli;
    • Carlos Bolsonaro;
    • Osmar Terra;
    • Fabio Wajngarten;
    • Nise Yamaguchi;
    • Arthur Weintraub;
    • Carlos Wizard;
    • Paolo Zanotto;
    • Antônio Jordão de Oliveira Neto;
    • Luciano Dias Azevedo;
    • Mauro Luiz de Brito Ribeiro;
    • Walter Braga Netto;
    • Allan dos Santos;
    • Paulo de Oliveira Eneas;
    • Luciano Hang;
    • Otávio Fakhoury;
    • Bernardo Kuster;
    • Oswaldo Eustáquio;
    • Richards Pozzer;
    • Leandro Ruschel;
    • Carlos Jordy;
    • Filipe Martins;
    • Técio Tomaz;
    • Roberto Goidanich;
    • Roberto Jefferson;
    • Hélcio Bruno de Almeida;
    • Raimundo Nonato Brasil;
    • Andreia da Silva Lima;
    • Carlos Alberto de Sá;
    • Teresa Cristina Reis de Sá;
    • José Ricardo Santana;
    • Maconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria;
    • Daniella de Aguiar Moreira da Silva;
    • Pedro Benedito Batista Junior;
    • Paola Werneck;
    • Carla Guerra;
    • Rodrigo Esper;
    • Fernando Oikawa;
    • Daniel Garrido Baena;
    • João Paulo Barros;
    • Fernanda de Oliveira Igarashi;
    • Fernando Parrillo;
    • Eduardo Parrillo;
    • Flavio Cadegiani;
    • Heitor de Freire Abreu;
    • Marcelo Bento Pires;
    • Alex Lial Marinho;
    • Thiago Fernandes da Costa;
    • Regina Célia de Oliveira;
    • Hélio Angotti Netto;
    • José Alves Filho;
    • Amilton Gomes de Paula;
    • Precisa Medicamentos;
    • VTCLog.

    Em relação ao relatório anterior, foram incluídos os seguintes nomes:

    • Antônio Jordão de Oliveira Neto: epidemia com resultado morte;
    • Helcio Bruno de Almeida: incitação ao crime;
    • Heitor Freire de Abreu: epidemia com resultado morte;
    • Marcelo Bento Pires: advocacia administrativa;
    • Alex Lial Marinho: advocacia administrativa;
    • Thiago Fernandes da Costa: advocacia administrativa;
    • Regina Célia Oliveira: advocacia administrativa;
    • Hélio Angotti Neto: epidemia com resultado morte e incitação ao crime;
    • José Alves Filho: epidemia com resultado morte;
    • Amilton Gomes de Paula: tráfico de influência.

    O relatório

    O documento com mais de 1.288 páginas pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por considerar que ele cometeu pelo menos nove crimes. O arquivo traz:

    • imagens do presidente provocando aglomerações;
    • declarações em que desdenha da vacina e incita a população a invadir hospitais
    • esforço pessoal de Bolsonaro, ao lado do Itamaraty, para articular com a Índia a compra de matéria-prima para a produção de cloroquina – remédio ineficaz para a Covid.

    O relator também detalha o atraso na aquisição de vacinas e a sucessiva falta de resposta às fabricantes, como à Pfizer e ao Instituto Butantan, que desde 2020 tentavam vender o imunizante ao governo brasileiro.

    Calheiros ainda responsabiliza duas empresas (Precisa Medicamentos e VTCLog), e mais de 70 pessoas, entre as quais três filhos do presidente, ministros, ex-ministros, deputados federais, médicos e empresários. Ao todo, o relator aponta para o cometimento de mais de 20 infrações.