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    Militares dão golpe de Estado no Sudão e prendem premiê interino do país; manifestantes protestam

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    Por G1

    Militares prenderam o primeiro-ministro interino do Sudão, Abdallah Hamdok, e outras autoridades, cortaram o acesso à internet e bloquearam pontes na capital Cartum, anunciou o Ministério da Informação do país nesta segunda-feira (25), descrevendo as ações como um golpe de Estado.

    Abdel Fattah al-Burhan, general que chefiava o Conselho Soberano, anunciou estado de emergência em todo o país e dissolveu o próprio conselho e o governo de transição (comandado por Hamdok).

    O conselho foi criado após a saída do ditador Omar al-Bashir, que governou por três décadas e foi derrubado por protestos há dois anos, e era formado por civis e militares que frequentemente discordavam sobre o futuro do país e o ritmo da transição para a democracia.

    As prisões, o estado de emergência e a dissolução do conselho ocorrem perto da data em que o general Abdel-Fattah Burhan teria de entregar a liderança do Conselho Soberano a um civil.

    Em resposta, milhares de pessoas saíram às ruas de Cartum e Omdurman para protestar contra o golpe militar. Manifestantes bloquearam vias e incendiaram pneus enquanto forças de segurança usam gás lacrimogêneo para dispersá-los.

    A TV Al-Arabiya diz que várias pessoas ficaram feridas após manifestantes e soldados entrarem em confronto perto de quartéis na capital. Um comitê de médicos local afirma que ao menos 12 pessoas ficaram feridas em confrontos.