MAIS

    Surto da gripe no Acre deixa situação em UPA pior que no pico da Covid-19

    Por

    Por Thaís Farias, ac24horas.com

    A alta demanda por atendimentos nas unidades de saúde em Rio Branco tem impressionado até mesmo os profissionais que atuaram no combate da pandemia de Covid-19. Um surto de gripe tem lotado a Unidade de Pronto Atendimento Franco Silva, na região da Sobral, até mesmo na madrugada. Por volta das 3 horas da manhã desta quarta-feira, 22, mais de 200 pacientes esperavam para serem atendidos no local.

    A diretora da unidade, Michela Lemos, disse ao ac24horas que a cada 100 pessoas atendidas, 87 estão com síndrome gripal. Segundo ela, a UPA nunca havia passado por esse tipo de situação. “Não passamos por isso nem na pandemia da Covid-19. Um surto que nem na época do Covid passamos. Está uma situação [demanda] pior que a Covid”.

    De acordo com a diretora, os pacientes que estão procurando as unidades, de fato, estão muito ruins de saúde. “Os sintomas são quase sempre os mesmos, muita dor de cabeça, dor no corpo. Estão doentes mesmo, não é enganação. O que percebo é uma gripe muito forte, porém, a medicação está revertendo e as pessoas estão sendo curadas”.

    Michela Lemos, diretora da UPA da Sobral.

    Conforme a profissional, a doença está durando cerca de 4 dias nos pacientes. “Os dois primeiros dias são muito intensos, com dor e indisposição. No terceiro dia já começa a melhorar e no quarto dia a pessoa já fica bem”, declara Lemos.

    Luciana Silva, de 21 anos, o esposo e seus dois filhos pequenos (seis meses e 2 anos) estão com sintomas da doença. O filho mais velho apresenta vômito, febre há dois dias e nesta quarta enfrentou fila em busca de atendimento para toda a família. “Viemos tentar consultar, fazer algum exame para ver se é essa gripe. Mas o atendimento, pelo jeito, vai demorar”, disse ao ac24horas.

    A greve dos médicos do município prejudica ainda mais o serviço. Nos postos de saúde, os moradores não conseguem ser atendidos, somente por agendamento, para depois serem encaminhados para UPA. “Por isso viemos logo direto. Não temos ideia de como pegamos essa gripe, pois não tivemos contato com ninguém que estivesse gripado”, contou Luciana.