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Como governo aproveita guerra na Ucrânia para acelerar votação de mineração em terras indígenas

Agricultural soy plantation on sunny day - Green growing soybeans plant against sunlight

Por BBC

No dia cinco de fevereiro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional para tentar cumprir uma de suas principais promessas de campanha: a liberação da mineração em terras indígenas.

Dois anos e um mês se passaram sem que o projeto avançasse. Nos últimos dias, porém, o governo passou a usar invasão da Ucrânia por tropas russas como justificativa para acelerar a sua tramitação.

De um lado, o governo afirma que a aprovação da matéria pode acabar com a dependência do Brasil de fertilizantes importados de países como Rússia e Belarus, uma vez que haveria grandes reservas de potássio (matéria-prima do produto) em terras indígenas.

Do outro, lideranças indígenas e pesquisadores alegam que a guerra na Ucrânia é apenas um pretexto para abrir essas áreas para o setor da mineração como um todo e exploração indiscriminada de hidrelétricas.

A invasão da Ucrânia pela Rússia começou no dia 24 de fevereiro e vem causando um rastro de destruição, mortes e gerando milhões de refugiados.

De acordo com o levantamento mais recente da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 364 civis foram mortos, incluindo 25 crianças. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 1,5 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia em direção a países vizinhos.

Dependência externa de potássio para o Brasil, um dos efeitos práticos mais temidos dessa crise é a interrupção do fornecimento de fertilizantes agrícolas exportados pela Rússia. Segundo o governo, o Brasil é o quarto maior importador desses produtos no mundo.

https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2022/03/08/como-governo-aproveita-guerra-na-ucrania-para-acelerar-votacao-de-mineracao-em-terras-indigenas.ghtml

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