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    Ferida no pênis pode indicar câncer: ‘Diagnóstico precoce é essencial para evitar amputação’

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    Por Giulia Granchi, BBC

    Há cerca de oito anos, Carlos notou que pequenas verrugas apareceram na ponta de seu pênis. Sem imaginar que pudesse se tratar de um câncer, os sintomas que apareceram alguns dias mais tarde assustaram o paulistano, que tinha 64 anos na época.

    Em pouco tempo, as lesões e incharam e passaram causar dor e queimação intensa e atrapalhar seu trabalho como caminhoneiro. Com o incômodo constante, dormir por horas seguidas ou focar nas atividades habituais da rotina se tornou impossível.

    Ele marcou uma consulta com um médico que encontrou em uma rede de saúde privada popular. A biópsia realizada pelo profissional indicava que Carlos sofria de papiloma escamoso, um tumor que tem sido associado à infecção pelo HPV (papilomavírus humano).

    O tratamento prescrito consistia em antibiótico e uma pomada feita em farmácia de manipulação. Não foi suficiente. Entre uma nova biópsia, troca de remédios e cauterizações nas feridas, anos se passaram. “Nada adiantava para curar o problema de vez, aí decidi procurar outro hospital”, lembra Carlos.

    Por indicação, ele chegou à Santa Casa de São Paulo no início de 2021, onde recebeu da equipe de urologia o diagnóstico de câncer de pênis. “O sentimento foi de frustração. Eu procurei um médico particular, fiz o que eu podia, mas ainda assim não foi suficiente”, diz.