Entre os labirínticos arquipélagos austrais — onde os ventos, as chuvas e o frio não dão tréguas —, viviam os kawésqar.
O grupo nômade passava grande parte do dia em suas canoas (ou hallef) percorrendo os canais entre o Golfo das Penas e o Estreito de Magalhães, cercados por densas florestas, em busca de leões marinhos, lontras, pássaros e moluscos para se alimentar.
Os homens eram responsáveis pela caça em terra (que incluía o icônico huemul) e no mar, enquanto as mulheres coletavam mariscos em mergulhos e cobriam a pele delas com gordura de leão-marinho.
Como os demais povos nativos que povoaram a América há milhares de anos, os kawésqar tinham uma língua própria, profundamente marcada por sua geografia. Isso explica, por exemplo, por que eles tinham 32 maneiras de dizer “aqui”.