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    Lula assume a Presidência pela 3ª vez com um Brasil dividido para governar

    Por Raphael Veleda, Júlia Portela, Metrópoles

    O amadurecimento da democracia brasileira tem um marco neste domingo (1º/1), com mais uma alternância de poder entre grupos políticos opostos que disputaram as eleições de 2022. O petista Luiz Inácio Lula da Silva, de 77 anos, o primeiro brasileiro a ser eleito três vezes para chefiar o Executivo federal, vai tomar posse como o 39º presidente da República, mandato que deverá ser o maior desafio de suas quase cinco décadas de vida pública.

    Mesmo tendo vencido as eleições em segundo turno com o maior número de votos que um candidato à Presidência já recebeu (60,3 milhões), Lula registrou uma vantagem pequena em relação a seu adversário (50,9% a 49,10% dos votos válidos) e é visto como um vilão por grande parte dos que preferiram Jair Bolsonaro (PL). Além de administrar um país de dimensões continentais e com uma das maiores desigualdades sociais do mundo, Lula e seus aliados terão que trabalhar muito para pacificar um Brasil dividido.

    Frustrado em sua tentativa de reeleição, Jair Bolsonaro (PL) fez questão de transformar a campanha em uma “luta do bem contra o mal” e sequer estará presente em Brasília neste domingo para passar a faixa presidencial a seu sucessor (na 11ª vez que isso acontece desde 1910, quando o governo Hermes da Fonseca criou o adereço), pois deixou o país na última sexta (30/12/22) rumo aos Estados Unidos.

    As campanhas de Lula e Bolsonaro foram marcadas por ataques. Enquanto o ex-presidente repetia “presidiário” e “mentiroso” ao se referir ao petista, Lula chamava Bolsonaro de “negacionista” e “fascista”. Essa polarização se repete entre os apoiadores dos dois lados.