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Cortisol vira vilão nas queixas de cansaço e insônia, mas o hormônio não é o culpado; entenda como age

Apelidado de “hormônio do estresse”, cortisol prepara o organismo para situações do cotidiano e regula o sistema imunológico. Especialistas alertam para uma grande busca por exames que detectam os níveis de cortisol no sangue e para diagnósticos errados em cima dos resultados.

O cortisol é um hormônio que entra em cena para preparar o organismo para o que provavelmente está por vir. Ele estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos, acelera os batimentos cardíacos e aumenta a produção de glicose para alertar o corpo em caso de uma emergência.

Por causa da sua ação de defesa frente a situações consideradas estressantes, como um acidente, uma cirurgia ou um assalto, o cortisol é mais conhecido por outro nome: “hormônio do estresse”. Apesar de popular, a nomenclatura tem gerado uma falsa interpretação do cortisol.

Nas redes sociais, o que mais se vê são relatos do tipo “acabei com meu estoque de cortisol hoje” – para justificar uma exaustão no fim do dia – ou “não é nem meio-dia e meu cortisol está nas alturas” – para explicar uma situação ruim vivida no começo da manhã. Tem até quem deseja eliminar o cortisol do corpo na tentativa de eliminar o estresse da mente.

Tudo isso está errado. Médicos endocrinologistas ouvidos pelo g1 afirmam que o cortisol não é a causa, mas a consequência. O aumento do cortisol não deixa você mais estressado e a diminuição dele não te deixa mais cansado. Porque:

“Não há como saber a partir de que intensidade de estresse psicológico e emocional ocorre uma maior ou menor liberação de cortisol. A liberação pode ser uma consequência do estresse, que é desencadeado por outro motivo e que estimula a produção do cortisol”, disse Madson Queiroz de Almeida, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Especialistas alertam para uma grande busca por exames que detectam os níveis de cortisol no sangue e diagnósticos errados em cima dos resultados. O mais comum é a fadiga adrenal, usada para explicar um conjunto de sintomas que ocorrem em pessoas sob estresse mental, físico ou emocional a longo prazo. Não há provas científicas de que a fadiga adrenal seja uma doença.

“Quando o organismo está funcionando direito, o esperado é que, diante de uma situação de estresse, a gente realmente consiga produzir cortisol em quantidades suficientes para enfrentar aquela ocasião. É a reação natural do organismo”, afirmou Roberto Zagury, endocrinologista do Laboratório de Performance Humana (LPH).

Abaixo, nesta reportagem, entenda os seguintes pontos:

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