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Grupo paramilitar do Sudão toma palácio presidencial e conflitos armados se espalham pelo país

Já o registro de, pelo menos, três mortes entre civis. Líder paramilitar afirma que entregará chefe do exército sudanês à Justiça ou ‘será morto’.

O principal grupo paramilitar do Sudão afirma ter assumido o controle do palácio presidencial, da residência do chefe do exército, do aeroporto internacional de Cartum (capital do país), além de aeroportos nas cidades de Merowe e El Obeid neste sábado (15), em uma aparente tentativa de golpe.

Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido como Hemedti e líder das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), nome do grupo paramilitar, disse que, com a tomada de poder, ou entregará o chefe do exército sudanês à Justiça ou “será morto”.

Veja o que se sabe sobre o conflito até o momento:

A RSF foi formada por milícias acusadas de crimes de guerra no conflito de Darfur. Em junho de 2019, as forças de segurança lideradas pelo grupo invadiram um acampamento pró-democracia de Cartum e quase 130 pessoas morreram, de acordo com uma contagem de médicos ativistas.

Hemedti é vice-líder do Conselho Soberano, chefiado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, desde 2019.

Ele, que já foi um dos líderes de milícia mais temidos e implacáveis em Darfur, colocou-se na vanguarda de uma transição planejada para a democracia, perturbando outros governantes militares e desencadeando uma mobilização de tropas na capital Cartum.

A RSF, que junto com o exército derrubou o autocrata de longa data Omar al-Bashir também em 2019, começou a redistribuir unidades em Cartum e em outros lugares em meio a negociações no mês passado sobre sua integração nas forças armadas sob um plano de transição que levaria a novas eleições.

A divisão entre as forças veio à tona na última quinta-feira (13), quando o exército disse que movimentos recentes, particularmente em Merowe, pelo grupo paramilitar eram ilegais.

As hostilidades seguiram-se a dias de tensão entre o exército e a RSF, o que poderia minar os esforços de longa data para devolver o Sudão ao governo civil após lutas pelo poder e golpes militares.

A RSF chamou as ações do exército de “ataque bruto” que deve ser condenado. Hemedti disse que o grupo paramilitar informou os mediadores locais e internacionais sobre os acontecimentos.

Um confronto prolongado entre a RSF e o exército pode piorar significativamente a situação de segurança em um vasto país que já enfrenta o colapso econômico e os surtos de violência tribal.

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