Ação, organizada pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) com apoio de várias instituições, levou cidadania e justiça para população que mora nos seringais, colocações, aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas.
Era cedo, a neblina não tinha dissipado na paisagem contornada pelas águas barrentas do Rio Muru, na quinta-feira, 20, quando Francisco Gomes Ferreira, de 58 anos e Maria de Jesus, 39 anos, subiam o barranco para chegar até a tenda branca levantada e decorada na frente da Escola Municipal Coronel José Marques de Albuquerque I, no seringal Paraíso, em Tarauacá. Eles estavam ali para oficializarem a união de 18 anos no Casamento Coletivo do Projeto Cidadão.
O casal e o filho caçula, Charles da Silva Ferreira, moram no seringal Bom Futuro, mais ou menos umas quatro horas de barco até o local onde foram realizados os atendimentos do Projeto Cidadão, do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). Assim como tantas outras, a família tinha dormido na embarcação ancorada na margem do rio, perto da escola, para aproveitarem os atendimentos da ação social, retirando a documentação do filho no primeiro dia, quarta-feira,19, e foram se casar no dia seguinte.
A ação que esses noivos e outras pessoas foram procurar é organizada pelo Judiciário acreano com recursos do Ministério da Justiça, mas, também conta com a parceria de várias instituições. Nessa primeira edição realizada sob a gestão da desembargadora-presidente Regina Ferrari, empenharam-se junto com o TJAC em entregar cidadania as pessoas que residem nas colocações, comunidades e aldeias da região: o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AC), Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), a Defensoria Pública Estadual (DPE/AC), o Instituto de Identificação da Polícia Civil, a prefeitura, Câmara de Vereadores e o cartório de Tarauacá.