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    Como suspeita de fraude dos cartões de vacina envolve ‘troca de favores’ relacionada ao caso Marielle Franco

    Por G1

    Ex-vereador do Rio de Janeiro, Marcello Siciliano aparece nos dois inquéritos e teria ajudado Mauro Cid com cartões de vacina. Ele não é tratado pela polícia como suspeito ou investigado pela morte da vereadora, mas estava com o visto de entrada nos EUA travado após ter sido acusado como mandante do crime em 2018.

    A operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quarta-feira (3) que investiga uma suposta fraude nos cartões de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro, seus familiares e assessores tem, entre os sujeitos envolvidos, um nome que também está na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

    O denominador comum entre os dois inquéritos é Marcello Siciliano (Progressistas). O ex-vereador do Rio de Janeiro teria sido procurado por Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro preso nesta quarta – para emitir um certificado falso de vacinação por Duque de Caxias. O documento falso seria para a esposa de Cid, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, e funcionaria para Siciliano como uma “troca de favores”.

    Quem explica como essa troca está relacionada ao inquérito do assassinato da vereadora é Bruno Tavares, repórter da TV Globo, em entrevista a Natuza Nery.

    Mensagens trocadas entre eles mostraram um pedido de ajuda de Marcello Siciliano para “resolver um problema com o visto de entrada nos Estados Unidos” em decorrência de seu envolvimento na investigação sobre o caso Marielle.

    Em 2018, Siciliano foi apontado por uma testemunha como mandante do crime contra a vereadora. Ele chegou a ser alvo de mandados de busca e apreensão e negou o envolvimento. Na época, afirmou que estavam tentando matá-lo “com o mesmo tiro” que assassinou Marielle. Tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público do RJ não o tratam como suspeito ou investigado no caso.