Investigado como um dos articuladores do esquema de falsificação de carteiras de vacinação do Ministério da Saúde, o major reformado do Exército Ailton Barros — preso na quinta-feira durante a Operação Venire — é tido como morto pela força militar. Com isso, a “viúva”, Marinalva Leite da Silva Barros, recebe uma pensão bruta de R$ 22 mil, sendo R$ 14 mil líquidos mensalmente, segundo o Portal da Transparência. A informação sobre o “irmão 02” do ex-presidente Jair Bolsonaro foi divulgada pela Globo News e confirmada pelo Correio.
Barros foi expulso do Exército, onde era major. A remuneração para Marinalva é feita pelo menos desde setembro do ano passado. O Correio entrou em contato com a Força para que esclarecesse o caso e, por meio de nota, afirmou que ele foi julgado pelo Superior Tribunal Militar (STM), em 23 janeiro de 2014 — consideraram-no “incompatível com o oficialato, resultando na perda de seu posto e patente”.
Segundo o Exército, apesar da expulsão, Barros não perdeu os direitos que se estendiam aos dependentes. “Em consequência, após a exclusão das fileiras do Exército, o ex-militar foi incluído no sistema como ‘morto ficto’ (morto fictício) para que seus beneficiários legais (no caso a mulher) pudessem receber a pensão correspondente ao posto, cumprindo o previsto na legislação vigente.”
De acordo com o art. 2º da Lei 3.765/60, “os oficiais demitidos a pedido e as praças licenciadas ou excluídas poderão continuar como contribuintes da pensão militar, desde que o requeiram e se obriguem ao pagamento da respectiva contribuição, a partir da data em que forem demitidos, licenciados ou excluídos”.
O ex-major é homem de confiança de Bolsonaro. O ex-presidente também foi alvo da investigação da Polícia Federal (PF) sobre a adulteração dos dados da vacinação de covid-19. A corporação ainda deve convocar Barros para depor sobre o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.
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