Ex-presidente está em Porto Alegre para evento do PL na cidade. Declaração foi dada em entrevista à Rádio Gaúcha concedida na manhã desta sexta (23).
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que um eventual pedido de vistas de algum ministro do TSE durante o julgamento que pode torná-lo inelegível “ajuda a gente”. O TSE começou a julgar a ação nesta quinta (22), com as manifestações do autor da ação, defesa e do MP Eleitoral. A sessão foi suspensa e será retomada na próxima terça (27) para o voto do relator.
“O primeiro ministro a votar depois do relator, o relator é o senhor Benedito (Gonçalves), ministro do STJ, é o ministro Raul (Araújo Filho). Ele é conhecido por ser um jurista bastante apegado à lei, e, apesar de estar em um tribunal político, eleitoral, há uma possiblidade de ele pedir (vista). Isso é bom, porque isso ajuda a gente, clareando os fatos”, disse, em entrevista à Rádio Gaúcha concedida na manhã desta sexta (23).
Sobre a reunião com embaixadores, evento que gerou o processo pelo qual o ex-presidente está sendo julgado, Bolsonaro admitiu que questionou o sistema eleitoral.
“O que eu fiz de errado para justificar cassar os direitos politicos? ‘Ah, reuniu-se com embaixadores e falou sobre sistema eleitoral’. Sim, falei! Hoje em dia, se eu falar que duvido do sistema eleitoral, posso ser preso. Posso ser preso aqui em Porto Alegre, daqui a poucas horas, se eu falar que duvido do sistema eletoral brasilero. Que democracia é essa?”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também falou sobre a possibildade de ficar inelegível para a próxima eleição presidencial.
“Eu não quero discutir essa possiblidade. Acho que deixo a política do Brasil quando as condições físicas e mentais não permitirem mais. Ou quando eu partir para outra. Até lá, vou fazer política, porque estou com 68 anos e pretendo continuar colaborando”, disse.
O Tribunal Superior Eleitoral começou nesta quinta-feira (22) o julgamento de Jair Bolsonaro por abuso de poder político. No exercício da presidência, ele convocou diplomatas estrangeiros para uma reunião para atacar o sistema eleitoral brasileiro sem nenhum fundamento.
A sessão começou com a leitura do relatório do ministro Benedito Gonçalves. O PDT, autor da ação, pede que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja declarado inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
O pedido foi motivado pela reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, no dia 18 de julho de 2022. Nela, o então presidente Bolsonaro atacou o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar qualquer prova e enumerou uma série de argumentos já desmentidos por órgãos oficiais. A reunião foi transmitida nas redes sociais de Bolsonaro e também pela TV oficial do governo.