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    Código do PCC impõe 45 regras de conduta em áreas dominadas por facção

    Por Alfredo Henrique, Metrópoles

     O Primeiro Comando da Capital (PCC) impõe a seus integrantes e a moradores das regiões que controla em São Paulo — majoritariamente periferias das cidades paulistas — um código de conduta que contém 45 regras. Quando elas são desrespeitadas, a facção criminosa realiza os chamados “tribunais do crime”, também conhecidos internamente como tabuleiros.

    Entre os “artigos” que definem as regras de comportamento impostas nas “quebradas”, destacam-se os que proíbem envolver-se com mulheres comprometidas, usar drogas em locais proibidos, estuprar, usar o nome do PCC em vão, roubar a facção e mentir a seus líderes.

    Como o Metrópoles mostrou em maio, as punições, que variam de espancamentos a morte, são decididas nos tabuleiros, que simulam julgamentos comuns do Judiciário brasileiro na justiça paralela criada pela facção que comanda a maior fatia do tráfico de drogas no país.

    “É aplicada a cartilha de conduta a toda comunidade. Muitas vezes, a gente tem que ir lá e arrancar um sujeito no meio de um tribunal do crime, descoberto durante investigações”, afirma o promotor de Justiça Leonardo Romanelli, coordenador do Núcleo de Inteligência e Gestão de Conhecimento do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

    Ele explica que o MPSP identifica até três tribunais do crime por semana, o que revela a frequência com a qual o PCC julga integrantes e moradores acusados de descumprir alguma das regras do código de conduta.