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    Mais de 500 baleias e golfinhos são mortos em temporada de caça nas Ilhas Faroe

    Por Fábio Mendes, da CNN

    Quando se fala nas remotas Ilhas Faroe, localizadas no norte da Europa, algumas coisas vêm imediatamente à lembrança. Uma delas são as paisagens frilas e imponentes — para os mais afeitos às belezas tropicais, um tanto desoladoras.

    Quem acompanha o futebol internacional imediatamente remeterá à esforçada seleção nacional, formada por jogadores amadores, que invariavelmente sofre sonoras goleadas em partidas das eliminatórias para a Copa do Mundo ou Eurocopa. Mas todos os anos o arquipélago é lembrado por um motivo bem menos leve ou prosaico: a matança de baleias-piloto.

    Desde maio deste ano, quando teve início a temporada de caça, conhecida na região como “grind”, cerca de 500 animais foram mortos, de acordo com números oficiais do governo autônomo do arquipélago, que faz parte do território da Dinamarca. As cenas sempre chocantes, de praias tingidas pelo sangue dos cetáceos, voltaram ao noticiário com força depois das últimas caçadas.

    Ambientalistas e defensores da causa animal têm se pronunciado fortemente contra as grind, disseminando as imagens fortes. No entanto, o governo dinamarquês e também o das Ilhas Faroe não parecem estar dispostos a mudar essa realidade. Pelo contrário: o discurso oficial é de que a caça é regulamentada e, por isso, sustentável.

    O número de mortes registradas este ano se aproxima da cota anual determinada pelo país como um limite para a caça, que é de 500 animais. As autoridades alegam que esse número atende às necessidades dos cerca de 55 mil habitantes do arquipélago. “As capturas de baleias-piloto nas Ilhas Faroe são sustentáveis e há muito tempo foram reconhecidas internacionalmente”, afirmou à CNN o porta-voz para Assuntos Internacionais do governo autônomo, Pall Nolsoe.