O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta segunda-feira (3) para Puerto Iguazú, na Argentina, onde participará da reunião da Cúpula do Mercosul.
No encontro, o Brasil assumirá a Presidência pro tempore do bloco pelos próximos seis meses.
Nesse período, o governo brasileiro irá defender junto aos demais membros do grupo a necessidade de “realinhar” o processo de integração regional.
O que, segundo Lula tem reforçado em agendas públicas, se esfacelou nos anos anteriores em razão de governantes que não “davam a importância que o Mercosul merece”.
Na prática, essa diretriz, conforme fontes do Itamaraty, também significa aumentar o diálogo com outros países sul-americanos e até mesmo atrair novos integrantes para o bloco.
Nesse contexto, o governo brasileiro já sinalizou que a reintegração da Venezuela ao Mercosul está no radar.
“Precisamos dialogar com o governo venezuelano. É isso que nós estamos fazendo”, explica a secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, a embaixadora Gisela Padovan.
Apesar disso, o Brasil tem noção que antes da aprovação, o país vizinho precisará solucionar problemas internos. Entre eles a realização de eleições transparentes e o compromisso de respeito aos direitos humanos.
Segundo o Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, todos os integrantes do Mercosul são obrigados “a respeitar os preceitos democráticos”. O descumprimento dessa regra excluiu a Venezuela do bloco.
Mesmo sendo tema da agenda da presidência pro tempore do Brasil, esse assunto, segundo o Palácio Itamaraty, não será discutido na Cúpula de Puerto Iguazú.
“Trataremos de linhas gerais; de diretrizes. Uma discussão específica sobre Venezuela não teremos [agora]”, completou a embaixadora.