Trinta e um detentos morreram durante confrontos em uma prisão de Guayaquil, em meio à nova onda de violência no Equador, que se estendeu até a noite terça-feira (25) às ruas da província de Esmeraldas. O dia de apreensão resultou em veículos incendiados, ameaças de bomba e rebelião.
No último sábado, o órgão que administra as prisões (SNAI) havia reportado três feridos leves devido a um incidente na penitenciária conhecida como Guayas 1. No dia seguinte, o órgão confirmou um confronto entre facções criminosas vinculadas ao narcotráfico e informou que havia seis mortos e 11 feridos.
Cerca de 3 mil policiais e militares entraram no centro hoje para retomar o controle do local. Na operação, a força pública apreendeu fuzis, revólveres, facões, dinamite, munições, drogas e dinheiro. Imagens divulgadas pelas Forças Armadas mostram também fogões, geladeiras, caixas de som, bijuterias e ventiladores.
Do lado de fora do centro prisional, uma centena de parentes clamava hoje por informações. Alguns carregavam balões brancos com os dizeres “Queremos paz”.
Os internos não interessam (as autoridades), porque para eles são ratos. São seres humanos!”, disse indignada à AFP uma mulher que procurava o marido e pediu para não ser identificada por questões de segurança.
O medo dos familiares é que os presos sejam transferidos para outra cela ou prisão, o que no passado levou a confrontos violentos.
O massacre em Guayas 1 levou o presidente Guillermo Lasso a declarar o sistema penitenciário em emergência por 60 dias.
Desde fevereiro de 2021, as prisões equatorianas são cenário de massacres recorrentes, que já deixaram mais de 420 detentos assassinados e um rastro de terror, com corpos decapitados e cremados.
Paralelamente à operação em Guayaquil, surgiram focos de violência na província de Esmeraldas, que faz fronteira com a Colômbia, e em sua capital, de mesmo nome, o que o governo atribuiu ao combate contra os grupos criminosos que atuam a partir das prisões e disputam as rotas do narcotráfico.