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    57 guardas são mantidos reféns em prisões no Equador

    Por g1

    Presos de seis penitenciárias no Equador, mantêm 57 agentes penitenciários e policiais como reféns, informou nesta quinta-feira (31) o ministro do Interior, Juan Zapata. A rebelião pode estar ligada à explosão de carros-bomba que aconteceu no início do dia em Quito.

    O Serviço Nacional de Atenção às Pessoas Privadas de Liberdade (Snai), entidade responsável pelo sistema prisional, que sete reféns são agentes policiais. “Estamos preocupados com a segurança dos nossos funcionários”, disse o ministro do Interior, Juan Zapata, em coletiva de imprensa.

    Na quarta-feira (30), centenas de soldados e policiais realizaram uma operação de busca por armas, munições e explosivos em uma prisão na cidade andina de Latacunga, no sul do Equador. Uma das principais do país, a penitenciária é frequente de massacres — 430 pessoas morreram nas nas instalações desde 2021.

    As hipóteses sobre os reféns têm mudado ao longo do dia. Inicialmente, o órgão estatal responsável pelas prisões (Snai) afirmou que se tratava de uma retaliação pela “intervenção” das forças de segurança. Posteriormente, as autoridades indicaram que a retenção é um protesto contra a transferência de detentos para outras prisões.

    Carros-bomba

    Na manhã de quinta-feira, dois carros-bomba explodiram em menos de 12 horas na capital equatoriana. A ação, que não deixou feridos, pode estar ligada às operações de segurança do governo em prisões de todo país realizadas nesta semana.

    Os carros-bomba explodiram em edifícios ligados ao Snai, um em uso e outro desativado. Seis suspeitos, cinco equatorianos e um colombiano, foram presos pelo primeiro ataque e outros quatro foram presos pela segunda explosão, disseram as autoridades.

    “Há ações violentas como a dos dois carros queimados em Quito na noite passada, claramente isso é uma reação a uma ação. A ação de impor a ordem nas prisões, a reação para intimidar”, disse Guillermo Lasso, presidente do país.

    Violência no Equador

    O comandante da polícia, Fausto Salinas, disse que os atos violentos podem estar ligados à transferência para a prisão dos suspeitos de assassinar Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador que foi morto durante um comício no início do mês.

    O caso chocou o país e o mundo, e lançou luz ao grande aumento da violência no Equador, que nos últimos anos virou refúgio para grupos criminosos da Colômbia e rota do tráfico de drogas da América Latina.

    A Polícia Nacional registou 3.568 mortes violentas nos primeiros seis meses deste ano, em comparação com as 2.042 registadas no mesmo período de 2022. O ano passado terminou com 4.600 mortes violentas, a taxa mais elevada da história do país e o dobro do total de 2021.