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    ‘Você não tem o direito de vir para este país’, diz Ron DeSantis, dos EUA, a brasileiros

    Por SANDRA COHEN, G1

    Em campanha para obter a indicação do Partido Republicano à Casa Branca, o governador Ron DeSantis, da Flórida, disparou a retórica contra o fluxo de imigrantes brasileiros nos EUA com o intuito de angariar o voto conservador de seus correligionários.

    “Se você está no Brasil, você não tem o direito de vir para este país”, afirmou, em entrevista à emissora de rádio WGIR, de New Hampshire.

    A declaração, em referência a brasileiros em geral, reforça a política linha-dura de imigração do governador, considerado o único com chances de desbancar o ex-presidente Donald Trump na indicação do partido às eleições do próximo ano. DeSantis juntou a Polônia e o Brasil no mesmo saco para dizer que seus cidadãos não são bem-vindos nos EUA.

    “As pessoas vêm porque o povo americano acha que é do nosso interesse receber pessoas”, atestou.

    Com isso, ele descarta, se eleito, conceder anistia aos que estão em situação irregular no país e defende um sistema parecido com o do Canadá ou da Austrália, que foca nas habilidades e nas qualificações do imigrante para recebê-los.

    Para ser mais específico, DeSantis quer acabar com a possibilidade de estender a cidadania à família do imigrante: “Um cidadão americano deve trazer ou cônjuge ou filhos estrangeiros. Mas trazer esses primos, tios e tal não é o caminho. Vamos nos livrar disso e nos concentrar mais nas necessidades dos americanos.”

    Os EUA abrigam a maior população imigrante brasileira do mundo, segundo o Instituto de Política da Migração, think tank americano mantido pelo Carnegie Endowment for International Peace. Mas eles representam apenas 1% dos 44,9 milhões de imigrantes do país.

    Metade dos brasileiros se concentra em três estados: Flórida (22%), Massachusetts (17%) e Califórnia (11%).

    O governador DeSantis vem implementando medidas repressivas para combater a entrada de pessoas no estado. Em junho passado, ele delineou propostas para uma abordagem mais severa em relação à população em situação irregular.