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    Menina de 3 anos baleada em abordagem da PRF tem parada cardíaca e é reanimada; quadro é gravíssimo

    Por G1

    Heloísa está internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, desde 7 de setembro, quando foi baleada ao voltar para casa com a família.

    A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada durante uma abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), teve uma parada cardiorrespiratória na madrugada desta quinta-feira (14).

    Segundo a Secretaria de Saúde de Duque de Caxias, médicos do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes conseguiram reanimá-la após 6 minutos.

    “A paciente está hemodinamicamente instável e segue entubada no CTI pediátrico”, diz o boletim médico divulgado nesta manhã.

    O boletim desta quarta-feira tinha informado que o quadro da criança havia piorado para “instável e gravíssimo”.

    Heloísa está internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, desde 7 de setembro, quando foi baleada ao voltar para casa com a família.

    Policial admitiu tiro

    No primeiro depoimento dos policiais prestado à Polícia Civil, o agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos de fuzil que atingiram a menina.

    Ele disse que os policiais tiveram a atenção voltada para o veículo Peugeot 207, e que a placa indicava que o carro era roubado.

    Eles seguiram atrás do veículo, ligaram o giroflex e acionaram a sirene para que o condutor parasse, mas que, depois de cerca de 10 segundos atrás do veículo, escutaram um som de disparo de arma de fogo e chegaram a se abaixar dentro da viatura.

    Fabiano Menacho disse que, então, disparou três vezes com o fuzil na direção do Peugeot porque a situação o fez supor que o disparo que ouviu veio do veículo da família de Heloísa.

    Os outros agentes, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.

    Desde o primeiro momento, a família disse que o tiro partiu de uma viatura da PRF.

    A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público Federal (MPF) também investigam a conduta do agente da PRF que esteve à paisana no hospital onde Heloísa está internada.

    Imagens das câmeras de segurança do hospital mostram o homem entrando no local, sem se identificar, e sendo seguido por um segurança até o corredor da emergência pediátrica.

    William Silva, pai de Heloísa, esteve nesta segunda-feira (11) no MPF para prestar depoimento. Ele contou que chegou a conversar com o agente da PRF.

    “[Ele] não se sentiu ameaçado, chegou a conversar com esse policial. No curso das investigações, se ficar provado que esse policial entrou no CTI sem autorização, evidentemente pode ser caracterizado um abuso de autoridade sem prejuízo de sanções disciplinares por parte da PRF”, disse o procurador da República, Eduardo Benones, que investiga o caso.

    A corregedoria da Polícia Rodoviária Federal informou que identificou o agente e está investigando a conduta dele.

    “A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal foi ao hospital no mesmo dia e identificou o policial que esteve na unidade sem autorização. Por padrão, a PRF não divulga informações pessoais dos seus servidores. Como a presença se deu sem autorização e sem o conhecimento da PRF, foi aberto um procedimento na Corregedoria para apurar as razões”, informou a PRF em nota.