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    Ministério da Saúde incorpora vacina da dengue no SUS

    Por Roberto Peixoto, g1

    O Ministério da Saúde decidiu incorporar nesta quinta-feira (21) a vacina da dengue Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS).

    Segundo a ministra Nísia Trindade, a vacinação com o novo imunizante deve começar em fevereiro de 2024.

    “Incorporamos a vacina da dengue ao #SUS. O Brasil será o primeiro país com sistema universal como o nosso a dar acesso público a ela”, escreveu a ministra no X, o antigo Twitter.

    O registro da Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano.

    O imunizante é o primeiro liberado no país para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue.

    • De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos;
    • É aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações;
    • A vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença;
    • Ela também poderá ser aplicada em quem já teve a doença.

     

    Portanto, não há distinção entre quem teve ou não a dengue, desde que esteja dentro da faixa etária estipulada pela agência reguladora para aplicação das doses.

    Até este ano, a única vacina contra a dengue disponível no Brasil era a Dengvaxia, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. O imunizante é recomendado somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue. Essa vacina protege contra uma possível segunda infecção, que, no caso da dengue, pode se manifestar de forma mais agressiva e levar à morte.

    Número de doses

    Inicialmente, ainda segundo o Ministério da Saúde, a vacinação naõ será em larga escala: o SUS só oferecerá 6,2 milhões de doses ao longo de 2024.

    Como o imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, cerca 3,1 milhões de pessoas poderão ser vacinadas.

    Sem dar mais detalhes, a pasta disse que nesse primeiro momento a vacinação será focada em “público e regiões prioritárias”.

    “Até o início do ano, faremos a definição dos públicos alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, explicou Trindade.

    Durante o processo de aprovação, o Ministério da Saúde argumentou que o uso no SUS da vacina contra dengue aprovada pela Anvisa teria “impacto orçamentário muito elevado”, cerca de R$ 9 bilhões em cinco anos, considerando as faixas etárias de 4 e 55 anos propostas pela farmacêutica.

    Por isso, durante as tratativas, o ministério pediu mais informações ao fabricante sobre o preço proposto por dose, além da capacidade de produção da vacinação.

    “O Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do acesso, já que em um país como o Brasil é preciso ter uma quantidade de vacinas adequada para o tamanho da nossa população. A partir do parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec), seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS”, acrescentou a ministra.

    Como mostrou o g1o número de casos de dengue no Brasil passou de 1,6 milhão em 2023, um aumento de 15,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Até dezembro de 2022, haviam sido registrados 1,3 milhão de casos. O número de mortes também subiu: de 999 para 1.053 óbitos.

    Principais sintomas da dengue

    • Febre
    • Dor no corpo e articulações
    • Dor atrás dos olhos
    • Mal-estar
    • Falta de apetite
    • Dor de cabeça
    • Manchas vermelhas no corpo

    Se identificar algum desses sintomas, a orientação é procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados.