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    PCC: PM teme sequestro de policiais e reforça efetivo em região do DF

    Por Mirelle PinheiroJade AbreuCarlos Carone

    A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) ficou alerta após a divulgação de um “salve” do Primeiro Comando da Capital (PCC). A corporação chegou a encaminhar um memorando a comandantes, afirmando temer possíveis sequestros de policiais a partir dessa sexta-feira (1º/12). A data para a execução da ordem da facção é prevista para o próximo domingo (3/12).

    O texto ainda reforça o efetivo e o patrulhamento ostensivo em algumas regiões. “Solicito que orientem o policiamento quanto ao risco e à possibilidade de ataques e sequestros de policiais residentes em suas áreas de abrangência”, ressalta em um trecho do memorando. A coluna Na Mira teve acesso ao documento que orienta atenção especial em áreas de residências de policiais penais do sistema federal.

    O ofício ainda solicita pontos de bloqueio no trânsito para observação e controle próximo ao Jardins Mangueiral, de 1º de dezembro até 7 de dezembro, especialmente das 6h às 8h. A área residencial é vizinha do Complexo Penitenciário da Papuda.

    O memorando foi encaminhado ao Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), ao 1° Comando de Policiamento Regional (1° CPR), ao 3° Comando de Policiamento Regional (3° CPR) e ao 5° Comando de Policiamento Regional (5° CPR).

    Salve do PCC

    Em 21 de novembro, o Metrópoles revelou que a cúpula do PCC teria ordenado para que todas os integrantes da facção espalhados pelo país levantem todo o tipo de informação sobre servidores dos sistemas penitenciários estaduais.

    Os faccionados teriam recebido como determinação duas datas estabelecidas pelos chefões, para atacar os servidores da segurança pública: 28 de novembro e 3 de dezembro.

    As informações circularam entre detentos encarcerados no Presídio do Distrito Federal I (PDF I), no Complexo Penitenciário da Papuda. Na última semana, em um documento sigiloso obtido pela coluna Na Mira, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) destacou que policiais penais federais deveriam permanecer em alerta máximo, principalmente quem estivesse lotado nos presídios de Campo Grande (MS) e de Brasília.

    Uma presa que cumpre pena no Presídio Feminino (PFDF) — e já estava em regime de trabalho externo — foi interceptada levantando e repassando informações de servidores para criminosos que estão nas ruas.

    A descoberta ocorreu há cerca de seis meses, e a presa perdeu o direito ao trabalho externo. Ela está na chamada “tranca”, quando o interno segue no regime fechado. Um advogado também teria sido identificado levantando informações sobre servidores.

    Ele atenderia um grupo de faccionado supostamente ligado ao PCC, e fazia uma espécie de “leva e traz” de ordens de dentro das cadeias para a rua.