O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira que o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski assumirá a pasta da Justiça no lugar de Flávio Dino. A escolha foi oficializada após reunião no Palácio do Planalto com a presença de Dino e da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja. A posse será marcada para o dia 1º de fevereiro.
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“Tenho do meu lado um companheiro que foi extraordinário ministro da Suprema Corte” disse Lula sobre Lewandowski. “Ganha o Ministério da Justiça, a Suprema Corte e o povo brasileiro com essa dupla que está do meu lado” completou, se referindo também a Dino, que assumirá uma cadeira na Corte a partir do dia 22 de fevereiro.
O presidente indicou que deixará a cargo do novo ministro montar sua equipe no Ministério da Justiça. O atual secretário-executivo, Ricardo Cappelli, afirmou ao GLOBO que não deve permanecer.
“Tenho o hábito cultural de não indicar ninguém para (cargos em) nenhum ministério. Quero que as pessoas montem o time que elas vão jogar. O meu time (de ministros) sou eu que escalo. Se eu perder, que me tirem. Se eu ganhar, que eu continue”. Ex-ministro ‘garantista’ do STF e próximo ao PT: a trajetória de Ricardo Lewandowski, que assume o comando da Justiça.
A fala de Lula é um recado para as alas de governo que tentaram emplacar seus ministros. O PSB fez apelo para Lula efetivar Ricardo Cappelli como ministro da Justiça, enquanto alas do PT defendiam o coordenador do Grupo Prerrogativa, Marco Aurélio de Carvalho.
Desde que a indicação de Dino para o Supremo, no fim do de novembro, Lewandowski passou a ser tido como favorito para o Ministério da Justiça. Ele teve um café da manhã com Lula na segunda-feira no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o presidente fez o convite para que o ministro aposentado do Supremo integrasse o governo.
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Ao anunciar o ex-integrante do STF como seu ministro, Lula disse que teve dúvidas se o aliado aceitaria o cargo e lembrou de como conheceu Lewandowski.
Os dois, porém, vinham conversando sobre o Ministério da Justiça desde o ano passado. Em novembro, logo após a indicação de Dino para o Supremo, Lewandowski fez parte da comitiva do governo na Cop-28 nos Emirados Árabes.
“Eu tinha dúvidas se Lewandowski não ia preferir dar um tempo à vida particular dele (após se aposentar do STF, em abril do ano passado). Conheci ele com 28 anos, trabalhando na prefeitura de São Bernardo (do Campo)” lembrou Lula. “Tive a honra de ser o presidente que indicou (ao STF) o nome dele para o Senado”. Foi aprovado de forma extraordinária, com muitos elogios, de direita, de esuqerda, de centro. O mesmo aconteceu com Flávio Dino.
MP e TCU pedem investigação: Viagem de ministro e servidores para carnaval fora de época em Aracaju custou R$ 18,5 mil Lewandowski, de 75 anos, foi ministro do Supremo entre 2006 e 2023. Foi o próprio Lula que o nomeou para a Corte. Durante o seu período no STF, ele foi considerado o ministro mais leal ao líder petista.
Depois de deixar o Supremo, Lewandowski passou a atuar na iniciativa privada e exerceu, entre outras funções, o cargo de conselheiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Também não se afastou completamente da vida pública e desempenha o papel de integrante do Observatório da Democracia e compõe a Corte do Mercosul.