Um dia após sua condenação por fraude contábil, o ex-presidente Donald Trump fez um discurso nesta sexta-feira (31) no qual atacou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, os imigrantes, o juiz Juan Merchan, responsável pelo processo que resultou em sua condenação, e até seus próprios advogados.
O ex-presidente fez as declarações na porta da Trump Tower, o edifício de seu grupo empresarial em Nova York. Começou o discurso chamando o atual governo de “grupo de fascistas”, e disse que Biden é “o presidente mais burro da história dos EUA”.
Trump reclamou por não ter sido ouvido durante o julgamento. A decisão de não depor, entretanto, foi tomada pela própria defesa do ex-presidente.
“Eu adoraria ter testemunhado”, disse, no pronunciamento.
O ex-presidente chamou o juiz Juan Merchan de tirano e o acusou de “crucificar” as testemunhas de defesa que depuseram ao longo do julgamento do caso, que durou seis semanas. Ele não mencionou que a condenação foi tomada por um júri de 12 pessoas, e que a defesa foi ouvida na composição.
“Foi um julgamento injusto, queremos mudança de juiz”, disse, e reiterou que vai apresentar recurso contra a condenação.
Ele também classificou o crime pelo qual foi condenado como um “delito leve”.
Trump foi condenado por esconder o pagamento de US$ 130 mil à ex-atriz pornô Stormy Daniels para comprar o silêncio dela sobre um caso extraconjungal que os dois tiveram, com objetivo de evitar impacto na eleição de 2016, vencida pelo republicano. O pagamento foi feito por meio do então advogado de Trump, Michael Cohen.
“Foi uma despesa legal, um pagamento para o meu advogado. E eles estão chamando de fraude contábil”, declarou Trump. “O dinheiro que foi pago, foi pago de forma legal, foi apenas um acordo de confidencialidade”.