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    Preso em condições  degradantes e recebendo um prato de comida por dia, indígena  aguarda transferência da  DP de Jordão  há quase um mês para unidade prisonal

    Por Portal Estado do Acre

    Marcos Barbosa Sereno  Kaxinawá  , indígena  da etina  Kaxinawá ( Huni Kuin), no  município  de Jordão,  interior  do Acre, está  preso na Delegacia   em condições  degradantes e recebendo um prato de comida por dia, conforme denúncia  de familiares  e documentação  recebida da própria  Polícia Civil  que atesta a veracidade da matéria. 

    Marcos Sereno Kaxinawá  foi preso  por determinação  judicial  e deveria ser transferido  para a Penitenciária  Moacir Prado em Tarauacá,  contudo,  isso ainda não ocorreu. 

    No dia 27 de maio, o PC Gilson Júnior  encaminhou  ofício  ao Diretor  de Polícia  da Capital  e do Interior requerendo duas passagens  de avião , sendo uma  para ele e outra para o preso , mas   ainda não foi liberado.  Ele também  informa  a situação  da DP no ofício. ” Em tempo, informo que devido a enchente, as celas encontram-se em pior situação devido a Delegacia ter sido alagada, tornando, assim, o ambiente ainda mais insalubre. Deste modo, solicitamos urgência no atendimento da demanda”.

    marcos sereno

     

    Denúncia  da família 

    A família  relata que o indígena é Huni Kuin e está há mais de 22 dias em uma das celas da delegacia aguardado transferência para o presidio de Tarauacá, conforme determinação Judicial. Sendo que, na Delegacia de Jordão não tem mínimas condições humanas para que se mantenha uma pessoa presa por tanto tempo.

    Outrossim, o indígena está ficando doente, inclusive foi presenciado pelos familiares os policiais conduzindo-o para o hospital, haja vista que não há banho de sol e tampouco uma alimentação adequada, pois é a família que está fornecendo a alimentação, e como se sabe, os indígenas são hipossuficientes vivendo apenas com beneficio provido pela União. Por outro lado, vale mencionar que uma refeição no município custa em torno de R$ 25,00 reais, sendo que os parentes fornecem apenas uma refeição por dia ao preso. 

    Urge notar, desde logo, que foi solicitado a transferência do preso, porém, o Estado até o momento não atendeu à solicitação, sujeitando o indígena em situação desumana e degradante na cela da Delegacia, sem alimentação adequada, a qual é alçada do Estado. 

    Ademais, não é a primeira vez que situações como esta acontecem, pessoas presas ficam na cela da Delegacia de Jordão mais de 30 dias em condições desumanas. Vale destacar um caso mais grave, recentemente um menor conhecido pelo vulgo “Bith” foi apreendido em flagrante, cometendo um ato infracional grave no Município, sendo determinado Judicialmente a sua internação provisória no Centro Socioeducativo da Comarca de Feijó, o qual ficou em uma das celas da Delegacia cerca de 22 dias sem que tenha sido providenciado sua transferência pelo Estado, ocorre que, o Juiz tomou conhecimento do fato irregular e Desinternou o adolescente imediatamente.

    Ocorre que, com a inércia do Estado (Polícia Civil) na transferência do adolescente, e após a sua desinternação, este vem praticando inúmeros atos infracionais como furtos e outros, causando grandes transtornos aos empresários e a população Jordanenses.