Mas a empolgação não era tão grande na sede do partido, em Berlim. De olho nas difíceis costuras para a formação de uma coalizão de governo, os conservadores esperavam um desempenho melhor, acima dos 30% – mas ficaram com 28,5%.
Como não têm maioria para governar sozinhos, os conservadores precisam buscar parceiros de coalizão. A Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar com quase 21%, seria uma opção – do ponto de vista matemático.
Um em cada cinco eleitores apoia a sigla de ultradireita, que é monitorada pelos órgãos de inteligência alemã e tem alguns de seus diretórios reconhecidos como “extremistas” por serem potenciais ameaças à ordem democrática.
“Dobramos de tamanho. Queriam nos cortar pela metade, e aconteceu o contrário”, gabou-se a candidata e colíder da AfD, Alice Weidel. Segundo ela, só com a ajuda da AfD é que CDU e CSU poderiam pôr em prática suas promessas de campanha, como o fim da imigração irregular. “Nossa mão sempre estará estendida para uma participação no governo, para realizar a vontade do povo, a vontade da Alemanha.”
Mas os conservadores de Merz foram categóricos ao descartar, ainda durante a campanha, uma aliança com a AfD. “Temos concepções bem diferentes, por exemplo na política externa, na política de segurança, em muitas outras áreas, no que diz respeito aos temas União Europeia, Otan e euro”, repetiu Merz na noite da eleição. “Pode estender a mão como quiser”, disse, dirigindo-se a Weidel na TV.
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