A produção de mel tem ganhado espaço no Acre, impulsionada por produtores que aliam sustentabilidade e tradição. Em uma área reflorestada ao longo de quase 30 anos na zona rural de Rio Branco, Maria Paulina da Silva e Clodoaldo Brandão Raulino se dedicam à meliponicultura, a criação de abelhas sem ferrão, e colheram frutos desse trabalho ao conquistarem o terceiro lugar na oitava edição do concurso nacional de méis nativos.
Com um meliponário que abriga mais de 150 colmeias, o casal produz cerca de 1.200 litros de mel por ano. O ambiente, enriquecido por diversas espécies vegetais, favorece a polinização e a qualidade do mel. “Antigamente, a gente amarrava as colmeias nas árvores. Depois, pensamos em uma estrutura melhor para o manejo,” relembra Clodoaldo sobre a evolução do processo de extração.
A diversidade de árvores na propriedade garante méis com sabores distintos, variando de acordo com as floradas. Há três décadas, o local era uma pastagem para gado, mas o reflorestamento conduzido por Clodoaldo mudou completamente a paisagem. Espécies como copaíba, açaí, cupuaçu e buriti se tornaram fundamentais para a atividade, que também contribui para a preservação ambiental.
A importância das abelhas vai muito além da produção de mel. Elas são essenciais para a polinização de diversas culturas e para o equilíbrio dos ecossistemas. “Se o povo bem soubesse, não derrubava uma árvore. Sem as abelhas, não temos feijão, melancia, laranja, tudo! Sem as abelhas, nós morremos,” destaca Maria.
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