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    PF tenta 10 milhões de senhas e não desbloqueia celular de “patriota”

    Por Paulo Cappelli , do Metrópoles

    A Polícia Federal usou 10 milhões de combinações para tentar desbloquear o celular do “patriota” Renato Marchesini, preso em decorrência do 8 de Janeiro, mas nenhuma das senhas funcionou. Sem conseguir desbloquear o aparelho, a PF não pôde extrair o conteúdo para apurar as informações solicitadas pelo ministro Alexandre de Moraes (STF).

    A PF buscava identificar mensagens com base em termos como “morte ao Xandão”, “invadir os prédios”, “fora Lula” e “Bolsonaro”. A tentativa visava também obter nomes e números da agenda, fotos, vídeos e localização do aparelho, para apurar o grau de envolvimento de Marchesini nas depredações aos Três Poderes.

    Em laudo pericial, a PF relatou que o celular foi submetido a um processo de quebra de senha com o software Cellebrite Premium, usado pela corporação para acessar dados de dispositivos protegidos por padrões de bloqueio. A ferramenta gerou um “dicionário” com base nas informações biográficas de Marchesini. Palavras e números foram combinados para gerar possíveis senhas, sem sucesso.

    Por conta disso, o policial responsável pela investigação respondeu negativamente a cinco das seis solicitações feitas pelo STF. Só conseguiu identificar o modelo do dispositivo, um Samsung Galaxy A30, com a tela rachada, e afirmou que “foram testadas cerca de 10 milhões de senhas, mas não foi possível desbloquear o aparelho”. Ao fim, o celular foi devolvido junto com o laudo para o setor da PF responsável por executar as determinações da Suprema Corte.