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    Poesia : Tarauacá

    Por Uelinton Freire

    Tarauacá

    Nome indígena: rio dos paus e das tronqueiras,

    Em 1913, chamava-se Vila Seabra altaneira,

    Margeada pelos rios Tarauacá e Murú,

    Terra de encanto, de paisagem nua e crua,

    Natureza ímpar, viva e verdadeira.

    Bicicletas cruzam ruas de paz e magia,

    Verões dourados, tardes de calmaria,

    O verde sem fim a tudo abraça,

    E o céu do Acre, com sua graça,

    É onde a alma da paz principia.

    És calorosa, terra de luz e cor,

    Mulheres formosas, perfume de flor,

    Do solo brota um abacaxi gigante,

    E à noite, sob o céu deslumbrante,

    Brilha a criação do divino Senhor.

    As praias de areia branca, no estio,

    Tornam-se abrigo, festa e desafio,

    Encantam o povo e os forasteiros,

    Com risos largos, olhos faceiros,

    E o coração aberto em cada arrepio.

    Teu povo tem alma forte e vibrante,

    Raiz profunda, pureza constante,

    Vieram turcos, sírios e libaneses,

    Nordestinos em mil recomeços,

    E a cidade nasceu, passo a passo, pulsante.

    Na praça central, tantos destinos cruzam,

    Sonhos antigos que o tempo não recusam,

    Em cada esquina, a história se insinua,

    E a memória da cidade continua,

    Com os passos de quem nela se encontra e usa.

    São Francisco, em sua fé, é celebrado,

    No túmulo de Amin, o povo é tocado,

    O teatro José Potiguara reluz,

    Com arte e alma que conduz

    Tarauacá a um brilho consagrado.

    Da borracha, a glória do passado ecoa,

    Na lembrança que o tempo entoa,

    Mas é na fauna e na flora encantada

    Que tua essência é preservada,

    Força e paixão, tua história ressoa.

    Tu és Tarauacá, jóia do Acre amado,

    Com teu povo firme e apaixonado,

    Em cada rua, em cada olhar,

    A alma do Acre a cintilar,

    Em ti, para sempre eternizado.

    Sobre o autor

    Poeta Uéliton Freire

    Antônio Uéliton Freire da Rocha é natural de Tarauacá, Acre. Formado em Matemática e pós-graduado em Gestão Escolar, atua como professor na rede municipal de ensino de Jordão desde o ano de 2000.

    Apaixonado pela leitura e pela escrita, encontrou na poesia uma forma de expressar e refletir sobre os acontecimentos do cotidiano. É membro da Sociedade Literária Acreana (SLA), com participação em diversas antologias. Em 2021, lançou seu primeiro livro autoral: Momentos Poéticos.

    O amor pelas palavras e o compromisso com a educação fazem de Antônio Uéliton uma voz atuante na valorização da literatura e da formação intelectual.