O deputado estadual Edvaldo Magalhães apresentou, nesta quarta-feira (28/5), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), uma Moção de Solidariedade em apoio à acreana e ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que foi duramente atacada por senadores dos estados do Amazonas e de Rondônia, membros da Comissão de Infraestrutura do Senado.
Marina participava da audiência quando sofreu ataques misóginos e violência política de gênero por parte dos senadores do Amazonas, Omar Aziz e Plínio Valério, e de Rondônia, Marcos Rogério, que presidia a Comissão.
“Nós assistimos ontem, àqueles que tem um pouco de curiosidade e àqueles que tem o mínimo de sensibilidade, devem ter ficado chocados com aquele espetáculo de horrores ocorrido no Senado da República, na Comissão de infraestrutura, com a presença da ministra Marina Silva. Marina foi deputada desta Casa. Aquele salão do povo leva o nome dela. Ela marcou época como uma parlamentar combativa, como uma parlamentar produtiva, como uma mulher extraordinariamente solidária e de ótima convivência com a pluralidade que é sempre o plenário desta Assembleia”, disse Edvaldo.
O deputado acreano lembrou ainda que Marina, mesmo de forma “incisiva”, nunca desrespeitou um parlamentar, nunca partiu para o “plano do pessoal ou da adjetivação desnecessária” no debate da diferença e da divergência política.
“Quando ela saiu desta Casa foi direto para o Senado da República numa eleição extraordinária. Por isso apresento hoje uma moção de solidariedade. Ela foi atacada por discurso de ódio e misoginia. O Brasil vive um momento delicado da afirmação da sua democracia. Está virando lugar comum se utilizar da forma do preconceito, na ausência da força do argumento, para tentar manchar, denegrir, diminuir as pessoas. O que vimos ontem é que a Marina entrou no debate de um tamanho e saiu gigante porque o Brasil estar a reprovar a forma absurda, preconceituosa. Só os arrogantes, sós ignorantes, os incapazes utilizam deste tipo de instrumento”, pontuou o líder da oposição na Aleac.
Ao final, Edvaldo Magalhães cobrou um posicionamento da Assembleia Legislativa do Acre. Disse que Marina saiu das cabeceiras dos rios para ser cidadã do mundo. Ele também leu uma carta publicada pelo ex-governador Binho Marques, que destaca o legado de Marina.
“Nós precisamos ter um posicionamento dessa Casa referente a alguém que saiu daqui e hoje é escutada pelo mundo. Não temos que ter vergonha, temos que exaltar isso. Não é fácil uma seringueira sair daqui e virar uma senhora do mundo. Não podemos ser covardes. Quem se acovarda não merece estar à altura da história no momento que a história exige solidariedade. Repito, só os covardes não se solidarizam quando alguém parida pelas cabeceiras dos rios, com a história e a trajetória que tem Marina Silva é vilipendiada. Não porque defende esta ou aquela bandeira, mas por ser uma mulher negra vinda da cabeceira dos rios”, completou.