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    Abin Paralela: GSI pediu perfil de 152 bispos críticos de Bolsonaro

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    O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão vinculado à Presidência da República, pediu a produção do perfil de 152 bispos que assinaram uma carta, em 2020, com críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

    A informação consta no relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a “Abin Paralela”, que indiciou mais de 30 pessoas, dentre elas o ex-diretor da Agência de Inteligência, Alexandre Ramagem, e Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.

    No documento, a PF coloca o levantamento de informações sobre os bispos como parte da atuação da Abin Paralela durante o governo Bolsonaro.

    O pedido para produção dos perfis dos religiosos, diz a PF, se deu após 152 bispos assinaram uma carta em que criticavam a condução dada pelo governo Bolsonaro a assuntos como educação, saúde e cultura.

    No documento, os bispos diziam que o Brasil estava atravessando um dos momentos mais difíceis em sua história.

    “A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança”, diz trecho da carta.

    Na época do pedido sobre o perfil dos bispos, o GSI era comandado pelo general Augusto Heleno, atualmente réu na trama golpista.

    Segundo relatório da PF, o pedido era direcionado a Frank Marcio de Oliveira, então diretor adjunto da Abin. Segundo a corporação, ele teve “papel relevante nas operações e na gestão de informações sensíveis, alinhado aos interesses da organização criminosa”.

    Também consta no relatório uma mensagem encaminhada por Marcelo Bormevet, em que ele encaminha um outro documento: “papel relevante nas operações e na gestão de informações sensíveis, alinhado aos interesses da organização criminosa”, dizia.