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    Abin Paralela: veja 7 provas que incriminam diretor escolhido por Lula

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    O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, teve ao menos sete atuações que o incriminam na investigação sobre a Abin Paralela, mostra inquérito da Polícia Federal (PF). Ele, que é delegado da corporação, foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023.

    Veja as evidências apresentadas no inquérito contra Luiz Fernando Corrêa sobre a Abin Paralela:
    1. Minimizar o escândalo do uso clandestino do software espião FirstMile;
    2. Articular proteção ao então secretário de Planejamento e diretor de Operações de Inteligência, Paulo Maurício Fortunato Pinto, considerado pela organização criminosa como um dos principais responsáveis pela degradação da Abin;
    3. Participar de reuniões estratégicas da Abin, inclusive com Paulo Maurício, antes de chefiar a agência, tendo presença registrada por 47 dias de fevereiro a maio de 2023;
    4. Participar da reunião “Estratégia da Direção Geral”, avaliada como crucial para embaraçar a apuração federal, junto a outros servidores investigados. Coube a Corrêa conduzir a estratégia;
    5. Declaração pública de que o FirstMile era um “brinquedo de criança” em 2 de outubro de 2023;
    6. Encontro com o deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, também indiciado, em 16 de junho de 2013 fora da agenda oficial sobre a “Operação Rio 06” e sobre “evitar murmurinho” num momento considerado sensível da investigação e perto de indicações para a CPMI do 8 de janeiro. A atitude reforçou a suspeita de alinhamento entre os dois;
    7. Ordem – posteriormente abortada – para movimentar a estação de trabalho do ex-diretor adjunto, também investigado, Victor Felismino Carneiro em 8 de fevereiro de 2024 diante da deflagração da operação Tempus Veritatis.

    foto colorida da fachada da Abin espionagemAgência Brasileira de Inteligência (Abin)

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    A PF indiciou Luiz Fernando Corrêa por impedir ou embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa pela participação ativa na “estratégia conjunta”, por prevaricação e por coação no curso do processo diante do assédio moral e da intimidação cometidos contra ex-corregedora e servidores.

    Como mostrou a coluna nesta quarta-feira (18/6), servidores da Abin estão descontentes com a permanência do diretor-geral no cargo após o indiciamento. A equipe prevê não só uma greve, mas também ingressar na Justiça com uma ação civil pública para afastá-lo do comando.

    Luiz Fernando Corrêa não foi o único indiciado nessa terça-feira (17/6) na investigação sobre o uso de espionagem contra adversários políticos. Além dele, constam Ramagem, o vereador Carlos Bolsonaro e mais 31 pessoas.

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tirou o sigilo do relatório da investigação nesta quarta-feira (18/6). No documento, a PF vê o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “principal destinatário” de atuação ilegal da Abin.