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Ameaças a escolas nas redes crescem 360% em quatro anos, diz estudo

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Ameaças a escolas nas redes crescem 360% em quatro anos, diz estudo

O volume de publicações de brasileiros com ameaças diretas a escolas cresceu 360% no meio digital entre 2021 e 2025. Os dados são de um levantamento realizado pela empresa de monitoramento Timelens a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Em entrevista ao Metrópoles, a Head de Dados da Timelens, Isabel Mossato, explicou a pesquisa, que analisou mais de 2,1 milhões de menções ao tema feitas em redes sociais como Instagram e TikTok, e também conteúdos publicados em fóruns da chamada Deep Web, na parte da internet não acessível em buscas comuns.

No primeiro ano de monitoramento, em 2021, os pesquisadores encontraram cinco conteúdos com ameaças a cada hora. Em 2023, o volume de posts saltou para 12 por hora. Já em 2025, foram publicadas 23 postagens com discurso de ódio e ameaças por hora, 360% a mais do que foi visto dois anos antes.

Os dados coincidem com o momento de aumento de ataques às escolas no Brasil.

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Fachada da Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de SP, onde um estudante de 16 anos fez um ataque a tiros

Marcelo S. Camargo/ Governo de SP2 de 6

Renato Feder, Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite em frente à Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de SP

Marcelo S. Camargo/Governo de SP3 de 6

Homenagem às professoras após ataque em Escola na Vila Sônia, em São Paulo

Fábio Vieira/Metrópoles4 de 6

Duas semanas após ataque, alunos e professores retornam à escola alvo de ataque em SP

Fábio Vieira/Metrópoles5 de 6

Escola foi alvo de ataque no Paraná

Reprodução/Facebook6 de 6

Cartaz com homenagem à professora morta em SP

Renan Porto/Metrópoles

O que mais diz a pesquisa

Para Isabel, os dados trazem um alerta, especialmente sobre o acesso facilitado aos discursos de ódio entre crianças e adolescentes.

“Existe uma migração do discurso de ódio da Deep Web para a Web tradicional e isso significa que esse conteúdo está disponível para que essas crianças tenham acesso”, afirma.

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Ela lembra que outros estudos já apontaram que 81% das crianças entre 9 e 17 anos possuem dispositivos próprios e que, portanto, poderiam estar suscetíveis a estes conteúdos. O estudo feito pela Timelens mostrou também que as crianças pesquisam na internet e ensinam, umas às outras, como desativar a moderação dos pais nos aplicativos.

“Fica uma reflexão aqui pros pais e mães de jovens estudantes brasileiros sobre a importância de estar próximo dessas crianças”, afirma Isabel.

Em nota, a pesquisadora sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Manoela Miklos alertou sobre a urgência de entender a nova realidade vivida por adolescentes. “Diferente das gerações anteriores, não há separação entre o mundo online e o offline — é uma vida só, híbrida. E, se não compreendermos bem essa experiência, não vamos conseguir criar respostas eficazes para protegê-las”, afirma.

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