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    Apoiadores de Evo Morales deixam policiais feridos na Bolívia

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    Confrontos entre apoiadores do Evo Morales e autoridades locais deixaram ao menos 13 policiais feridos na Bolívia. O caso aconteceu em meio a bloqueios em estradas bolivianas, em apoio ao ex-presidente do país.

    Tensão envolvendo Evo Morales e o atual presidente

    • As rusgas entre as duas lideranças de esquerda começaram em 2021, por discordâncias quanto ao futuro do MAS, sigla que governa o país por quase duas décadas de forma interrupta. A hegemonia do partido foi quebrada entre 2019 e 2020, quando Jeanine Ãnez liderou a Bolívia após se autoproclamar presidente.
    • Atual presidente do país, Luis Arce chegou a ser ministro de Evo Morales, e recebeu o apoio do líder cocaleiro nas eleições presidenciais de 2020Contudo, a relação entre os dois azedou de vez no ano passado, após discussões sobre o nome que devia disputar o próximo pleito.
    • Por não comparecer no evento que definiria o candidato do MAS, Arce foi expulso do partido até então liderado por Evo – mas nada mudou na prática. O ex-presidente, então, renunciou ao partido no início deste ano e buscou outra sigla.
    • Mesmo com a candidatura rejeitada, Morales tentou se inscrever no pleito pelo partido Ação Nacional Boliviana (Pan-bol). A justiça eleitoral da Bolívia, contudo, barrou a sigla por ela não ser reconhecida.
    • Além da impossibilidade de concorrer à presidência, o líder cocaleiro ainda enfrenta outros problemas com a Justiça da Bolívia. Evo é acusado de tráfico humano e abuso sexual de menores. Acusações que o ex-presidente nega, e classifica como perseguição política.

    Os protestos, em forma de bloqueio, já foram reportados em ao menos 20 pontos de todo o país desde a última segunda-feira (2/5). Entre as principais reivindicações dos manifestantes estão uma solução para a crise econômica enfrentada pela Bolívia, e a participação de Evo Morales nas eleições presidenciais deste ano – as quais o líder cocaleiro está impedido de concorrer.

    De acordo com o ministro do Interior, Roberto Ríos, quinze pessoas foram presas, acusadas de deter uma policial em um dos pontos de bloqueio no município de Sipe Sipe, em Cochabamba, reduto político de Morales.

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    Em meio a nova onda de bloqueios na Bolívia, o atual presidente do país, Luis Arce, disse que Evo busca “viabilizar sua candidatura à força”.

    “Em outras palavras, ele quer forçar a população e as autoridades competentes a violar a Constituição Político do Estado e as atuais disposições constitucionais que o impedem de ser reeleito”, escreveu Arce em um comunicado divulgado no X, na terça-feira (3/6).

    Já Evo, recluso em um lugar isolado na Bolívia desde que a Justiça do país pediu sua prisão, acusou o governo Arce de “manipulação”.

    “Resoluções e decisão são manipuladas como instrumentos de exclusão, para forçar um candidato único e impedir, por todos os meios, a participação livre e soberana do povo nas urnas”, disse Evo em uma postagem no X. “Soma-se a isso a perseguição judicial, a criminalização de lideranças sociais e a repressão violenta daqueles que se manifestam”.