A aposta de Lula em Davi Alcolumbre (União-AP) para salvar o pacote fiscal do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pode não surtir o efeito desejado pelo atual presidente da República.
Segundo senadores governistas e do Centrão, o presidente do Senado não tem demonstrado disposição em bancar sozinho o pacote, entrando em conflito com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de reunião na Câmara dos Deputados
Hugo Barreto/Metrópoles2 de 4
Lula e Davi Alcolumbre (União), presidente do Senado
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Aliados de Lila apostam na relação de Lula e Alcolumbre para reverter IOF
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Hugo Motta é o presidente da Câmara dos Deputados
Ian Rassari/Divulgação
Líderes do Senado próximos a Alcolumbre lembram que o senador do Amapá conseguiu construir uma “boa” relação com Motta até agora e não estaria disposto a abrir mão dela por causa do governo.
Nos bastidores, até mesmo senadores governistas admitem que, assim como na Câmara, o pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para recalibrar o decreto do IOF também enfrentará dificuldade no Senado.
“O clima, hoje, está muito complicado e, dificilmente, o Davi conseguirá segurar sozinho. Há muita má vontade no Senado Federal também”, afirmou um senador do PSD à coluna, sob reserva.
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Como a coluna noticiou, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) procuraram Motta e líderes da Câmara na segunda-feira (16/6) para evitar a derrubada do pacote de Haddad.
No encontro, deputados prometeram votar apenas o regime de urgência do projeto que derruba o decreto do IOF e dar duas semanas para o governo buscar alternativas, antes de votar o mérito da proposta em si.
Após reunião com Motta, os ministros de Lula se reuniram com Alcolumbre e com os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), líderes do governo no Senado e no Congresso, respectivamente.