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    “Às vezes, os países precisam lutar”, diz Trump sobre Irã e Israel

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    O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou que está esperançoso sobre um acordo de cessar-fogo entre o Irã e Israel, que chegam ao quarto dia consecutivo de ataques, mas que às vezes os países “precisam lutar” primeiro. As falas ocorreram na cúpula do G7, no Canadá, que teve início neste domingo (15/6).

    Ainda de acordo com o presidente norte-americano, os EUA continuarão a apoiar Israel. Porém, ao ser perguntado se havia pedido ao país aliado para suspender os ataques ao Irã, Trump não respondeu.

    O que está acontecendo

    • Depois de diversas ameaças, Israel lançou o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã. O foco da operação foi o programa nuclear iraniano.
    • Ao longo da última semana, a retórica militar entre os dois países aumentou. Há alguns dias, o governo iraniano afirmou que atacaria Israel caso seu programa nuclear fosse atingido.
    • O principal objetivo da ação, segundo o governo israelense, é impedir que o Irã consiga construir uma arma nuclear.
    • Como resposta à operação israelense Leão Ascendente, o Irã lançou um exército de drones e mísseis contra o território de Israel.
    • Em um pronunciamento no sábado (14/6), o premiê Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva deve continuar. Ele prometeu ataques contra todas as bases iranianas.
    • Ataques entre os países chega ao quarto dia seguido neste domingo (15/6).

    Mais cedo, também neste domingo, Donald Trump havia prometido liderar os esforços de paz entre os dois países do Oriente Médio, através de uma publicação na própria rede social, Truth Social.

    “Irã e Israel deveriam chegar a um acordo, e chegarão a um acordo, assim como eu consegui que Índia e Paquistão chegassem”, escreveu o presidente dos EUA. “Da mesma forma, teremos PAZ, em breve, entre Israel e Irã”.

    Trump afirmou que, para isso, “muitas ligações e reuniões estão acontecendo”. A promessa do líder norte-americano surge no mesmo dia em que estava prevista uma nova rodada de negociações entre EUA e Irã, sobre um possível acordo nuclear entre os dois países.

    A reunião, no entanto, foi cancelada após Israel atacar o território iraniano sob a justificativa de impedir que o regime do aiatolá Ali Khamenei construa uma arma de destruição em massa.

    Apesar da fala do presidente norte-americano, possíveis esforços diplomáticos entre Israel e Irã parecem um cenário distante. Os dois lados têm aumentado não só os ataques, como também a retórica agressiva.

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    Ataques continuam

    O Irã deu início a uma nova ofensiva contra Israel em “resposta decisiva” ao ataque que matou o chefe da inteligência da Guarda Revolucionária Islâmica e seu vice, neste domingo (15/6). A operação do Irã, batizada de Operação Promessa Verdadeira 3, incluiu “centenas de mísseis balísticos diversos” visando prédios residenciais e infraestrutura em Israel.

    As mortes do brigadeiro general Mohammad Kazemi e seu vice, Hassan Mohaqiq, militares de alto escalão da inteligência da Guarda Revolucionária Islâmica foram confirmadas depois que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou, em uma entrevista à Fox News, que “temos o chefe de inteligência deles e seu vice em Teerã”.

    As Forças de Defesa de Israel (IDF), por sua vez, afirmam ter concluído uma “extensa” onda de ataques aéreos no Irã com o objetivo de destruir a capacidade de fabricação de armas. A Marinha de Israel afirma ter interceptado mais de 100 Veículos Aéreos Não Tripulados (UAVs), disparados pelo Irã desde o início da operação.

    Os ataques tiveram como alvo a infraestrutura pertencente ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, à Força Quds da Guarda, um dos cinco ramos do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e às forças armadas do Irã, diz a IDF. “Vários locais de produção de armas em todo o Irã foram alvos”, dizem os militares.

    O prédio do Ministério das Relações Exteriores do Irã, localizado em Teerã, chegou a ser atingido por um míssil israelense, também neste domingo (15/6). De acordo com o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, vários civis ficaram feridos no ataque e precisaram ser levados ao hospital.

    O exército israelense emitiu, ainda, um comunicado afirmando ter lançado uma série de ataques aéreos visando, o que eles alegam ser, locais de mísseis no centro do Irã. De acordo com a mídia estatal, o ataque foi preventivo.

    Vítimas do conflito

    O número de mortos no conflito no Oriente Médio subiu e chegou a 224 no Irã, e 14, em Israel, após o terceiro dia consecutivo de ataques mútuos. A guerra entre os dois países entrou no quarto dia, neste domingo (15/6).

    Citando o Ministério da Saúde do Irã, a mídia estatal do país informou que 224 pessoas morreram desde o último dia 12 de junho, quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram a operação “Leão Ascendente”. Outras 900 ficaram feridas.

    Apesar do governo Benjamin Netanyahu afirmar que os ataques visam, principalmente, instalações nucleares e alvos militares, o governo do Irã diz que a maioria dos mortos no país são civis.

    Já em Israel, o número de vítimas dos bombardeios iranianos também aumentou. Até o momento, autoridades relatam que 14 pessoas morreram – todas civis, incluindo três crianças.