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    Ato na paulista: Bolsonaro amplia pauta e mira crises do governo Lula

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    Depois de ter apostado todas as fichas na anistia aos condenados no 8 de janeiro, a nova manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista terá uma pauta ampla.

    Com o tema “justiça já”, os manifestantes devem atacar a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL), o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre tentativa de golpe de Estado, além das organizações sindicais que fizeram descontos de aposentadorias – temas que contribuem para a baixa popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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    Sam Pancher/Metrópoles

    O ato marcado para o próximo dia 29 de junho é a primeira manifestação pública depois de Bolsonaro prestar depoimento no STF. Embora o ex-presidente tenha adotado um tom ameno e, inclusive, feito brincadeiras com o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a tentativa de golpe, a manifestação não deve poupá-lo.

    “Ele é a figura principal dessa barbárie, como eu chamo “o ditador da toga”. Ele é que comanda essa barbárie, ele vai ficar de fora jamais”, disse o pastor Silas Malafaia, principal organizador do ato na Paulista.

    Ao Metrópoles, Malafaia disse que a prisão do ex-ministro Gilson Machado (PL) foi uma “cortina de fumaça”, provocada por Moraes, para desviar a atenção de que o delator Mauro Cid usou redes sociais de outras pessoas para dar informações desencontradas à delação.

    “Eu acho que a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral deram informações desenganadas a Alexandre Moraes que se agarrou nisso para desviar a atenção da delação do Coronel Cid, que tem que ser anulada. Porque ele usou outras redes, desmentindo o que falou na delação, dizendo que foi pressionado pelo delegado, por Alexandre Moraes”, acusou Malafaia.

    “Quem é Gilson para conseguir um passaporte português? Gilson também tem passaporte português, porque o pai dele é português. Então, isso é um absurdo o que nós estamos assistindo no Brasil”, acrescentou.

    Os manifestantes também querem manter as falas favoráveis à anistia. Além de Bolsonaro e Malafaia, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) devem discursar, além do senador Magno Malta (PL-ES). A nominata de quem vai discursar ainda não foi definida.

    Pressão por CPI do INSS

    Outra pauta que desgasta o governo Lula e deve ser abordada na manifestação na Avenida Paulista é a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo do INSS, revelado pelo Metrópoles. A ideia de Malafaia é relacionar os descontos indevidos de associações com a esquerda.

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    “Quem comanda organizações sindicais nesse país a vida toda? Por algum acaso é a direita? Quem comanda organizações sindicais é a esquerda, gente. Toda essa roubalheira cai no colo da esquerda. Então, é uma injustiça não ter uma CPI para condenar esses vagabundos ladrões que desviaram bilhões”, atacou Malafaia, que lembra que a maioria dos parlamentares da base de Lula não assinaram o requerimento para abrir a CPI Mista entre Senado e Câmara dos Deputados.

    Atos bolsonaristas

    • Os dois atos bolsonaristas anteriores a esse tiveram um público menor do que o esperado pelos organizadores.
    • No último dia 6 de abril, bolsonaristas disseram que 400 mil pessoas compareceram à manifestação, enquanto o monitor da USP afirma que 45 mil manifestantes foram à Paulista.
    • Antes disso, os bolsonaristas haviam se reunido na Orla de Copacabana. O monitor da USP disse que o ato reuniu 18,3 mil pessoas, enquanto a Secretaria da Segurança Público do Rio divulgou 400 mil presentes.
    • À época, Malafaia disse que o horário e a data do ato não ajudaram a manifestação, que ocorreu na manhã de um domingo, mesmo dia da final do campeonato carioca entre Flamengo e Fluminense.